As notícias sobre o Oriente Médio são dolorosas e desesperadoras. Aqui no aparente conforto ocidental chega a ser difícil de conceber a calamidade que tomou conta do Afeganistão com a retomada do Talibã. O grupo extremista, política e religiosamente, reassumiu o poder no Afeganistão depois de 20 anos aproximadamente. A ascensão, derrocada e reação da milícia envolve uma série de polêmicas geopolíticos.

Nossa reação aos relatos e retratos do sofrimento que a população enfrenta mexe com algo profundo em nosso coração: a sede de justiça, anseio que vem muito à tona na arte.

“Todos sabemos que a justiça é importante, mas pensamos ser difícil, ou, às vezes, absolutamente impossível, alcançá-la.” – N.T. Wright

Combatentes nas ruas, homens armados invadindo um centro administrativo, arrancando mulheres das suas famílias, proibindo contato com cultura externa, aviões lotados de civis desesperados… isso é o Conto de Aia!

Nessa distopia escrita por Margaret Atwood e adaptada em uma brilhante (e assustadora) série de TV por Bruce Miller, um governo totalitário instala – sob justificativas religiosas – a república de Gilead nos EUA. Os líderes inescrupulosos desse sistema armam uma sociedade militarizada, hierárquica que subjuga as mulheres, trasformando-as em aias (com a função exclusiva de procriar). Tudo é baseado em interpretações corruptas da Bíblia, afinal, trata-se de uma falsa teonomia.

“O mundo pode ser um lugar horrível.”

Seguimos June Osborne em busca de liberdade, justiça e segurança (do jeito certo ou não). Assim, os espectadores entram em uma dura jornada à procura de um lugar onde as coisas sejam endireitadas.

Veja como a cultura pop denuncia as tensões da sociedade (opressão feminina, fundamentalismo religioso, idolatria política…) e até sinaliza virtudes necessárias pra lidar com elas. Esse é um dos motivos para levarmos a sério a cultura pop. Talvez Deus esteja, por meio da arte e da ficção chamando nossa atenção para os problemas da vida real.