Eu Acredito

O drama cristão Eu Acredito [I believe, Estados Unidos, 2018], de Juergen Peretzki e Stacey Peretzki apresenta a fé no olhar de um garoto de 9 anos, mas o filme patina num roteiro frágil e previsível que não emociona ou reafirma nossa fé. O problema do filme não é seu conteúdo, mas sua narrativa.

A trama conta a história de Brian (Rowan Smyth), um menino de 9 anos de idade que tem um encontro sobrenatural com Deus, uma experiência que o leva a uma aventura para descobrir as crenças dos cristãos. Um dia, ao voltar da escola, o menino passa em frente a uma igreja e se depara com uma mensagem sobre o poder do amor de Deus. Intrigado, ele começa a pesquisar sobre o Cristianismo, contra a vontade dos pais ateus, e desenvolve uma relação com o pastor da igreja.

A situação começa a se complicar quando a fé de Brian passa a produzir milagres e os acontecimentos geram repercussão nos noticiários da cidade, enquanto a população local tenta entender a relação entre os acontecimentos e o garoto. Seus pais não estão muito felizes com isso, especialmente seu pai, um apresentador de TV ateu. Brian encontra aliados no pastor de uma igreja local e em um fuzileiro naval dos EUA ferido. A fé pura e inocente de Brian produz milagres extraordinários que rapidamente se tornam notícia na cidade.

Logo nas primeiras cenas, já fica claro que estamos diante de um filme fraco. Vemos cenas mostrando nuvens em time-lapse (imagens aceleradas) preenchendo a tela, enquanto ouvimos uma narração de trechos bíblicos, remetendo aos filmes da década de 90. As motivações do filme não são bem desenvolvidas e algumas cenas chegam a ser constrangedoras de tão mal realizadas. Eu acredito num aleijado voltar a andar, mas ver sua perna crescendo novamente de uma hora pra outra não foi fácil de aceitar.