Quando alguém enfrenta a cegueira física, sua condição é visível, tanto para si mesmo quanto para os outros. A percepção da deficiência física é acompanhada pela capacidade de compensar essa limitação ao aguçar outros sentidos. Além disso, as pessoas ao redor se tornam mais sensíveis às necessidades daquele indivíduo.
No entanto, a cegueira espiritual vai além da simples ausência de visão. É uma condição na qual a pessoa não apenas é espiritualmente cega, mas também está inconsciente de sua própria cegueira. Esta é uma realidade preocupante, pois a pessoa acredita erroneamente que sua visão espiritual é suficientemente boa. Vive iludida, pensando que ninguém compreende sua própria realidade melhor do que ela mesma. Nesse estado, ela não percebe as sombras profundas que podem residir em seu coração.
A prática da partilha de coração, a vida comunitária e a disposição para a vulnerabilidade é a dinâmica que Deus estabeleceu para prevenir a cegueira espiritual. Surge, então, um desafio para este ano: identificar conscientemente duas ou três pessoas com as quais construirei relações fundamentadas na confiança, vulnerabilidade e compartilhamento. Essas relações ajudarão a revelar áreas da minha vida que não enxergo com clareza.
Precisamos dos olhos dos outros para vermos com clareza e exatidão.
(Ressonâncias a partir da minha última leitura do Pastor Paul Tripp)
