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Devocionais

Bordas e sussurros

“E isso tudo é apenas a borda de suas obras! Um suave sussurro é o que ouvimos dele” (Jó 26:14).

Há poucas noites atrás, uma coisa peculiar aconteceu.

Uma tempestade elétrica causou um apagão em nossa vizinhança. Quando as luzes apagaram, eu fui na escuridão para o quartinho onde nós guardamos as velas para as noites como esta. Através do brilho de um palito de fósforo aceso, olhei na prateleira onde as velas ficavam armazenadas. Lá estavam elas, já posicionadas em suas estantes, derretidas em diversos níveis por usos anteriores. Peguei meu fósforo e acendi quatro delas.

Como elas iluminaram o quartinho! O que era um véu de escuridão de repente radiou uma luz dourada e suave! Eu pude ver o refrigerador no qual eu bati meu joelho. E pude ver minhas ferramentas que precisavam ser consertadas.

“Como é bom ter luz!” eu disse em alta voz, e depois falei para as velas. “Se vocês fazem um bom trabalho aqui no quartinho, esperem até eu levá-las para fora onde vocês são realmente necessárias! Vou colocar uma de vocês em cima da mesa para que possamos comer. Vou colocar uma de vocês na minha escrivaninha para que eu possa ler. Vou dar uma de vocês para Denalyn para que ela consiga bordar ponto-cruz. E eu vou colocar você,” peguei a maior de todas, “na sala de estar onde vai poder iluminar a área toda.” (Eu me senti um pouco tolo por falar com as velas – mas o que você faz quando as luzes se apagam?)

Eu estava me virando para sair com a vela maior ma mão quando ouvi uma voz, “Pare bem aí, agora.”

Parei, Alguém está aqui! Pensei. Então me acalmei. É só a Denalyn, caçoando de mim por falar com as velas.

“Ok, querida, pare com a brincadeira.” Eu disse na penumbra. Sem resposta. Hmm, talvez tenha sido o vento. Dei outro passo.

“Pare, eu disse!” Era aquela voz. Minhas mãos começaram a suar.

“Quem disse isso?”

“Eu disse.” A voz estava perto da minha mão.

“Quem é você? O que é você?”

“Eu sou a vela.” Olhei para a vela que estava segurando. Ela estava queimando com uma chama dourada e forte. Era vermelha e estava em um candelabro de madeira pesado que tinha uma asa firme.

Olhei em volta mais uma vez para var se a voz poderia estar vindo de alguma outra fonte. “Não há ninguém aqui além de mim, você e o resto de nós velas,” a voz me informou.

Eu levantei a vela para olhar mais detalhadamente. Você não vai acreditar o que eu vi. Havia uma pequenina cara na cera. (Eu disse que vocês não iriam acreditar em mim). Não só uma cara de cera que alguém havia esculpido, mas uma cara como se fosse de carne, que funciona, se move e cheia de expressão e vida.

“Não me tire daqui!”

“O que?”

“Eu disse não me tire desta sala.”

“O que você quer dizer? Eu tenho que te levar para fora. Você é uma vela. Seu trabalho é fornecer luz. Lá está escuro. As pessoas estão tropeçando e dando topadas nas paredes. Você tem que sair e iluminar o lugar!”

“Mas você não pode me levar para fora. Não estou pronta,” a vela explicou com olhos suplicantes. “Eu preciso de mais preparo.”

Eu não podia acreditar nos meus ouvidos. “Mais preparo?”

“Sim, decidi que preciso pesquisar sobre este trabalho de iluminar, então não vou sair e cometer um monte de erros. Você ficaria surpreso como pode ser o brilho de uma vela destreinada. Então estou estudando. Agora mesmo terminei um livro sobre a resistência do vento. Estou no meio de uma ótima série de fitas sobre construção e conservação de pavio – e estou lendo o novo bestseller sobre exposição de chama. Você ouviu falar dele?”

“Não,” eu respondi.

“Talvez você goste dele. Ele chama Fazendo Cera Eloqüentemente.”

“Isso realmente soa inter – “ eu me detive. O que estou fazendo? Estou aqui conversando com uma vela enquanto minha esposa e minhas filhas estão lá na escuridão!

“Então está certo,” eu disse. “Você não é a única vela na prateleira. Vou apagá-la e pegar as outras!”

Mas assim que enchi minhas bochechas de ar, ouvi outras vozes.

“Nós também não vamos!”

Era uma conspiração. Eu me virei e olhei para as outras três velas, cada uma com chamas dançantes sobre uma cara em miniatura.

Era mais do que se sentir embaraçado por conversar com velas. Eu estava ficando enervado.

“Vocês são velas e seu trabalho é iluminar lugares escuros!”

“Bem, isso pode ser o que você pensa,” disse a vela que estava mais à esquerda – um camarada magro e comprido com uma barba que lembra a de uma cabra e um sotaque britânico, “Você pode achar que devemos ir, mas estou ocupado.”

“Ocupado?”

“Sim, estou meditando.”

“O que? Uma vela que medita?”

“Sim, estou meditando na importância da luz. É realmente esclarecedor.”

Eu decidi argumentar com elas. “Ouçam, eu agradeço o que vocês estão fazendo. Eu sou a favor de tempo para meditação. E todos precisam estudar e pesquisar; mas pelo amor de Deus, vocês estão aqui há semanas! Vocês não tiveram tempo suficiente para por o seu pavio em ordem?”

“E vocês duas,” eu perguntei para as outras, “vão ficar aqui também?”

Uma vela roxa, gorda e baixa com bochechas roliças que me lembravam o Papai Noel disse em alta voz. “Estou esperando arrumar minha vida. Não estou estável o suficiente. Eu perco minha paciência com facilidade. Aposto que você diria que eu tenho a cabeça quente.”

Tudo isso estava soando familiar demais. “Não é o seu dom? O que você quer dizer?”

“Bem, eu sou uma cantora. Canto com outras velas para encorajá-las a queimar com mais brilho.”

Sem pedir minha permissão, ela começou uma interpretação de “This Little Light of Mine”. (Tenho que admitir, ela tem uma boa voz.)

As outras três também se juntaram, enchendo o quartinho com canções.

“Ei,” eu gritei por cima da música, “não me importo que vocês cantem enquanto vocês trabalham! Na verdade, seria bom um pouco de música lá fora!”

Elas não me ouviram. Estavam cantando alto demais. Eu gritei mais alto. “Vamos! Há muito tempo pra isso depois. Temos uma crise em nossas mãos.”

Elas não iriam parar. Coloquei a vela maior na prateleira e dei um passo para trás e pensei no absurdo daquilo tudo. Quatro velas saudavelmente perfeitas cantando umas para as outras sobre luz mas recusando sair do quartinho. Era tudo que eu podia suportar. Apaguei uma por uma. Elas continuaram cantando até o fim. A última a chamejar foi a fêmea. Eu assoprei bem na parte do “puff” do “Won’t let Satan puff me out”.

Coloquei minhas mãos no bolso e voltei na escuridão. Eu bati meu joelho no mesmo refrigerador. Aí dei um esbarrão em minha esposa.

“Onde estão as velas?” ela perguntou.

“Elas não … elas não vão trabalhar. A propósito, onde você comprou aquelas velas?”

“Ah, elas são velas da igreja. Lembra a igreja que fechou do outro lado da cidade? Eu as comprei ali.

Entendi.

Traduzido por Cynthia Rosa de Andrade Marques
Texto original extraído com permissão do site www.maxlucado.com

Sobre pétalas e pessoas

Suponha que você more em um apartamento bem alto. No parapeito da janela do seu quarto está uma margarida solitária. Esta manhã você pegou a margarida e a prendeu em sua lapela. Como você só tem uma flor, este é um grande acontecimento e uma margarida especial.

Mas assim que você sai pela porta, as pessoas começam a tirar as pétalas da sua margarida. Alguém pega seu lugar no metrô. Apanhador de pétala. Você é culpado por causa de um relatório ruim de um colega de trabalho. Três pétalas. A promoção é dada a uma pessoa com menos experiência mas com aparência de jogador de pólo aquático da universidade. Mais pétalas. E no fim do dia, você está pra baixo. Miserável é a alma que ousar chegar perto dela. Você está a uma pétala de explodir.

E se o cenário fosse ligeiramente alterado? Vamos adicionar um personagem. O bondoso homem que mora no apartamento ao lado cuida de um canteiro de flores na esquina. Toda noite no caminho para casa, ele deixa no seu apartamento um buquê fresco, imerecido, mas irresistível. Não é sobra de flores. São arranjos top de linha. Você não sabe por que ele tem uma consideração tão grande por você, mas você não está reclamando. Por causa dele, o seu apartamento tem um cheiro suave … Se alguém mexer com a sua flor, você tem uma cesta cheia para substituí-la!

A diferença é enorme. E a interpretação é óbvia.

Deus vai encher seu mundo com flores. Ele entrega em mãos um buquê na sua porta todos os dias. Abra! Pegue-as! Então, quando vierem as rejeições, você não vai ficar sem pétalas.

Traduzido por Cynthia Rosa de Andrade Marques
Texto original extraído com permissão do site www.maxlucado.com

Aprovado no teste

O amor verdadeiro muda as pessoas.

Afinal de contas, o amor de Deus não transformou você? Você não estava cego? Você não podia enxergar além da sepultura. Você não podia ver seu propósito na vida até que Ele mostrou-lhe. E você também não conseguia ouvir. Ah, seus ouvidos funcionavam mas o seu coração não entendia. Você nunca teria ouvido falar de tal amor e bondade, e você nunca teria escutado sobre isto, mas Deus falou no seu idioma. E, acima de tudo, Ele libertou você. Você está livre! Livre para fugir. Livre para endurecer seu coração. Livre para ir para a marginalidade e esconder-se atrás das latas de lixo. Mas você não o faz. Ou se faz, você volta atrás. Por que?

Porque você nunca foi amado desse jeito antes.

Deus é aprovado no teste de 1 Coríntios 13:7. Ele quer o melhor pra você? “Deus a ninguém tenta“ (Tiago 1:13). Toda atividade do céu tem um objetivo: que você conheça Deus. “Ele fez toda raça humana para habitar sobre toda a face da terra, havendo fixado os tempos previamente estabelecidos e os limite da sua habitação, para buscarem a Deus, se porventura, tateando, o possam achar, bem que não está longe de cada um de nós.” (Atos 17:26-27).

E Deus se alegra quando você faz o que é certo? Certamente. “O Senhor se compraz nos que o temem, nos que esperam na sua benignidade.” (Salmos 147:11). Deus chora quando você chora? Absolutamente. Ele é “Deus de toda a consolação, que nos consola em toda a nossa tribulação” (2 Coríntios 1:3-4).

Você quer saber o que é o amor? “Nisto está o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que Ele nos amou a nós, e enviou seu Filho como propiciação pelos nossos pecados.” (1 João 4:10).

Deus é aprovado no teste. Ele deveria, não deveria? Afinal de contas, Ele o planejou. Que a nossa meta seja a mesma.

Traduzido por Cynthia Rosa de Andrade Marques
Texto original extraído com permissão do site www.maxlucado.com

Guias de estudo

Leia os guias de estudo das histórias publicadas nas últimas semanas. Eles foram inseridos no rodapé dos artigos.

O homem é – eca
O povo da caverna
O doce som do segundo violino
A sabedoria do lenhador

Traduzido por Cynthia Rosa de Andrade Marques
Texto original extraído com permissão do site www.maxlucado.com

O homem é – eca

Bob amava fazer as pessoas felizes. Bob vivia para fazer as pessoas felizes. Se as pessoas não estavam felizes, Bob não estava feliz. Então, todos os dias Bob saía para fazer as pessoas felizes. Não era uma tarefa fácil, porque o que deixa algumas pessoas felizes deixa outras pessoas bravas.

Bob vivia em uma terra onde todos usavam casacos. As pessoas nunca tiravam seus casacos. Bob nunca perguntou Por que? Ele só perguntava Qual? “Qual casaco eu devo usar?”

A mãe de Bob amava azul. Então, para agradá-la, ele colocou um casaco azul. Quando ela o visse vestindo o casaco azul ela diria, “É, Bob! Gosto muito quando você usa azul.” Então ele usou o casaco azul todo o tempo. E, enquanto ele não saía de casa e só via sua mãe, ele ficava feliz e ela dizia, “É, Bob” mais e mais vezes.

Bob cresceu e foi trabalhar. No primeiro dia de trabalho ele levantou cedo e colocou seu melhor casaco azul e andou pela rua.

A multidão na rua, entretanto, não gostava de azul. Gostavam de verde. Todos na rua usavam verde. Cada vez que ele passava, todos olhavam seu casaco azul e diziam, “Eca!”

Eca! Era uma dura palavra para Bob ouvir. Ele sentia-se culpado por ser a causa das pessoas falarem “eca”. Ele amava ouvir “é!” Ele odiava ouvir “eca!”

Quando as pessoas viram seu casaco e disseram “eca,” Bob entrou em uma loja de roupas e comprou um casaco verde. Ele o colocou por cima do seu casaco azul e voltou para a rua. “É!’ as pessoas gritavam quando ele passava. Ele sentiu-se melhor por ter feito elas se sentirem melhor.

Quando ele chegou no seu local de trabalho, entrou na sala do seu chefe vestindo o casaco verde. “Eca!” disse seu chefe.

“Sinto muito,” Bob disse tirando rapidamente o casaco verde deixando o azul à mostra. “Você deve ser como minha mãe.”

“Duplo eca!” respondeu o chefe. Ele levantou da cadeira, andou em direção ao armário e pegou um casaco amarelo. “Gostamos de amarelo aqui, “ ele ensinou.

“Como você quiser, senhor, Bob respondeu, aliviado por não ter mais que ouvir seu chefe dizer “eca”. Ele vestiu o casaco amarelo por cima do verde que estava por cima do azul. E então ele foi trabalhar.

Quando chegou a hora dele ir embora, ele trocou o casaco amarelo pelo verde e andou pelas ruas. Um pouco antes de chegar em sua casa, colocou o casaco azul por cima do verde e do amarelo e entrou.

Bob viu que a vida com três casacos era dura. Seus movimentos eram apertados e sempre estava com calor. Também havia vezes que o punho da manga de um casaco apareceria e alguém notaria, mas antes da pessoa dizer “eca”, Bob iria cobri-lo.

Um dia ele esqueceu de trocar de casaco antes de entrar em casa e, quando sua mãe viu o casaco verde, ela ficou roxa de desgosto e começou a dizer, “eca”. Mas antes que ela dissesse, Bob correu e colocou sua mão na boca dela e conseguiu que ela não terminasse a palavra enquanto ele trocava de casaco, depois tirou sua mão e ela disse, “é!”

Foi nesse momento que Bob percebeu que ele tinha um dom especial. Podia trocar as cores com facilidade. Com um pouco de treino, era capaz de tirar um casaco e substituir por outro em questão de segundos. Até mesmo o Bob não entendia sua versatilidade, mas gostava dela. Agora ele podia escolher qualquer cor a qualquer hora e agradar a todos.

Sua habilidade em trocar rapidamente de casacos fez com que alcançasse altas posições. Todos gostavam dele porque pensavam que ele era igual a eles. Com o passar do tempo, ele foi eleito prefeito em toda a cidade.

Seu discurso de aprovação era brilhante. Aqueles que gostavam de amarelo pensavam que ele estava vestindo amarelo, e só sua mãe sabia que era azul. Só ele sabia que constantemente trocava de um para outro.

Não era fácil, mas valia a pena, porque todos diziam “é!”

A vida multicolorida de Bob continuou até que um dia algumas pessoas que gostavam de casaco amarelo entraram enfurecidas em seu escritório. “Encontramos um criminoso que precisa ser executado,” eles falavam, empurrando o homem na direção da mesa do Bob. Bob ficou chocado com o que viu. O homem não estava usando nenhum casaco, apenas uma camiseta.

“Deixem ele comigo,” Bob disse, e aquelas pessoas saíram.

“Onde está seu casaco?” perguntou o prefeito.

“Eu não uso casaco.”

“Você não tem nenhum?”

“Eu não quero um.”

“Você não quer um casaco? Mas todos usam casacos. É, é, é desse jeito que as coisas são aqui.”

“Eu não sou daqui.”

“Que casaco as pessoas usam lá de onde você vem?”

“Não usam casaco.”

“Nenhum?”

“Nenhum.”

Bob olhou para o homem com espanto. “Mas e se as pessoas não aprovarem?”

“Não é a aprovação delas que eu busco.”

Bob nunca tinha ouvido uma declaração como essa. Ele não sabia o que falar. Ele nunca tinha conhecido uma pessoa que não tivesse um casaco. O homem sem casaco falou novamente.

“Eu estou aqui para mostrar às pessoas que elas não são obrigadas a agradar as outras. Estou aqui para falar a verdade.”

Se Bob nunca tivesse ouvido falar a palavra verdade, ele já a tinha rejeitado a muito tempo. “O que é verdade?” ele perguntou.

Mas antes do homem poder responder, as pessoas do lado de fora do escritório do prefeito começaram a gritar, “Mate-o! Mate-o!”

Um tumulto foi formado do lado de fora da janela. Bob caminhou em direção a ela e viu que o povo usava verde. Vestindo seu casaco verde, ele disse, “Não há nada errado com este homem.”

“Eca!” eles gritaram. Bob caiu para trás com o barulho.

Naquela hora as pessoas que usavam amarelo estavam de volta ao escritório. Vendo-as, Bob trocou de casaco e apelou, “O homem é inocente.”

“Eca!” eles disseram. Bob cobriu seus ouvidos.

Ele olhou para o homem e perguntou, “Quem é você?”

O homem simplesmente respondeu, “Quem é você?”

Bob não sabia. Mas de repente ele queria saber. Naquela hora, sua mãe que ficou sabendo daquilo tudo, entrou no escritório. Sem perceber, Bob mudou para azul. “Ele não é um de nós,” ela disse.

“Mas, mas…”
“Mate-o!”

Um temporal de vozes veio de todas as direções. Bob de novo cobriu seus ouvidos e olhou para o homem sem casaco. O homem estava em silêncio. Bob estava atormentado. “Não posso agradá-los e deixar você livre!” ele gritou por causa dos gritos.

O homem estava em silêncio.

“Não posso agradar você e eles!”

O homem ainda estava em silêncio.

“Fale comigo!” Bob ordenou.

O homem sem casaco disse uma palavra. ”Escolha.”

“Não posso!” Bob declarou. Ele levantou suas mãos e gritou, ‘Levem-no, eu lavo minhas mãos.”

Mas mesmo Bob sabia que não escolhendo ele fez uma escolha. O homem foi levado embora e Bob ficou sozinho. Sozinho com seus casacos.

Guia de estudo

Ecos do trovão

1. “Agora Bob podia escolher qualquer cor a qualquer hora e agradar a todos.”

A. Se te pedissem para escolher uma palavra para descrever o Bob, qual seria? Por que você escolheu essa palavra?

B. Por que às vezes somos tentados a agir como o Bob?

2. “Todos gostavam dele porque pensavam que ele era igual a eles.”

A. Por que gostamos das pessoas que se parecem conosco?

B. Qual é a grande armadilha escondida neste tipo de atitude?

3. “’Não é a aprovação delas que eu busco.’ Disse o homem.”

A. Quem este homem representa? Por que você acha isso?

B. Você busca a aprovação de quem? Por que?

1. “Eu estou aqui para mostrar às pessoas que elas não são obrigadas a agradar as outras. Estou aqui para falar a verdade.”

A. Você já sentiu que deveria agradar as pessoas? Se já, por que você se sentiu desta maneira?

B. Qual é a melhor maneira de nos lembrarmos que não temos o dever de agradar às pessoas?

Flashes de iluminação

1. Leia João 8:39-47.

A. Que verdade Jesus disse aos fariseus? Como eles reagiram?

B. Por que os fariseus não conseguiam acreditar em Jesus, se acordo com o versículo 47?

2. Leia Gálatas 4:16-18.

A. Que pergunta Paulo faz no versículo 16? Como isso pode ser possível?

B. Por que Paulo fala a verdade a eles, de acordo com os versículos 17-18?

3. Leia Gálatas 1:10

A. Que pergunta Paulo faz aqui?

B. Que resposta ele dá para a sua pergunta? Qual é a sua lição para nós?

Traduzido por Cynthia Rosa de Andrade Marques
Texto original extraído com permissão do site www.maxlucado.com

O povo da caverna

Há muito tempo atrás, ou talvez nem tanto assim, havia uma tribo em uma caverna fria e escura. Os moradores da caverna se amontoavam e choravam por causa do frio. Eles lamentavam em alta voz e por muito tempo. Era tudo que faziam. Era tudo que sabiam fazer. Os sons na caverna eram de pranto, mas as pessoas não sabiam disso, pois nunca tinham conhecido a vida.

Mas então, um dia, eles ouviram uma voz diferente. “Eu ouvi o choro de vocês,” ela declarou. “Eu senti seu frio e vi sua escuridão. Eu vim para ajudar.”

O povo da caverna ficou imóvel. Eles nunca tinham ouvido essa voz. A ajuda soou estranha aos seus ouvidos. “Como podemos saber que você veio para ajudar?”

“Acreditem em mim,” ele respondeu. “Eu tenho o que vocês precisam.”

O povo da caverna observou atentamente a figura do desconhecido através da escuridão. Ele estava empilhando alguma coisa, depois se abaixando e empilhando mais.

“O que você está fazendo?” alguém gritou, nervoso.

O desconhecido não respondeu.

“O que você está fazendo?” alguém gritou mais alto ainda.

Ainda sem resposta.

“Diga-nos!” ordenou o terceiro.

O visitante parou e falou na direção das vozes. “Eu tenho o que vocês precisam.” Ele se virou para o amontoado e o acendeu. A madeira foi iluminada, as chamas saíram com ímpeto e a luz encheu a caverna.

O povo da caverna ficou com medo.” Apague isso!” eles gritaram. “Dói ver.”

“A luz sempre incomoda antes de ajudar,” ele respondeu. Cheguem mais perto. O incômodo vai passar logo.”

“Eu não,” disse uma voz.

“Nem eu,” concordou a segunda.

“Só um tolo iria arriscar expor seus olhos a essa luz.”

O desconhecido parou perto do fogo. “Vocês preferem a escuridão? Vocês preferem o frio? Não fiquem com medo. Dêem um passo de fé.”

Por um longo tempo ninguém falou. As pessoas andavam em grupos cobrindo seus olhos. A pessoa que fez a fogueira ficou perto do fogo. “Está quente aqui,” ele convidou.

“Ele está certo,” disse alguém que estava atrás dele. “Está mais quente.” O desconhecido se virou e viu um vulto andando devagar na direção do fogo. “ Posso abrir meus olhos agora, “ ela falou. “Eu posso enxergar.”

“Venha mais perto,” convidou a pessoa que fez a lareira.

Ela foi. Ela entrou na área iluminada. “Está tão quente!” ela estendeu suas mãos e suspirou quando seu frio começou a passar.

“Venham, todos! Sintam o calor,” ela convidou.

“Quieta, mulher!, gritou um dos moradores da caverna. “Como você ousa nos levar à sua loucura? Vá embora e leve sua luz com você.”

Ela se virou para o desconhecido. “Por que eles não vem?”

“Eles escolheram o frio, apesar de ser frio, é o que eles conhecem. Eles preferem sentir frio do que mudar.”

“E viver na escuridão?”

“E viver na escuridão.”

A mulher que agora estava aquecida ficou em silêncio. Olhou primeiro para a escuridão e depois para o homem.

“Você vai deixar o fogo?” ele perguntou.

Ela parou e depois respondeu, “Não posso. Não posso suportar o frio.” E ela falou de novo. “Mas também não posso pensar no meu povo na escuridão.”

“Você não precisa,” ele respondeu, retirando um galho da fogueira. “Leve isto pro seu povo. Diga que a luz está aqui, e que ela é quente. Fale que a luz é para todos que a queiram.”

Então ela pegou a pequena chama e entrou na escuridão.

Guia de estudo

Ecos do trovão

1. “Os sons na caverna eram de pranto, mas as pessoas não sabiam disso, pois nunca tinham conhecido a alegria. O espírito na caverna era morte, mas as pessoas não sabiam disso porque nunca tinham a vida.”

A. Como algumas pessoas podem não saber sua verdadeira condição?

B. Que pessoas você conhece que não estão cientes de suas verdadeiras condições?

2. “A luz sempre incomoda antes de ajudar,” ele respondeu. “Chegue mais perto. O incômodo vai passar logo.”

A. Por que “a luz” sempre incomoda antes de ajudar? O que a luz representa nesta parábola?

B. Como a luz finalmente ajuda? Quão importante é a dor? Explique.

3. “Leve isto pro seu povo. Diga que a luz está aqui e que ela é para todos que a queiram.”

A. Qual é o objetivo desta passagem?

B. Qual é luz que pediram para você levar pros seus amigos? Quem são seus amigos? Eles estão vendo luz nas suas mãos? Explique.

Flashes de iluminação

1. Leia João 1:3-13.

A. Em que sentido Jesus é nossa luz?

B. Como os homens estão propensos a reagir a esta luz (versículos 10-11)?

C. Qual é a promessa dada nos versículos 12-13?

2. Leia Romanos 1:13-17.
A. Qual é o objetivo de Paulo no versículo 13?

B. Qual é a postura de Paulo nos versículos 14-15?

C. Qual é a convicção de Paulo nos versículos 16-17?

3. Leia 1 Coríntios 9:19-23

A. Qual foi o compromisso de Paulo no versículo 19?

B. Qual foi o método de Paulo nos versículos 20-22?

C. Qual foi o objetivo de Paulo no versículo 23?

Traduzido por Cynthia Rosa de Andrade Marques
Texto original extraído com permissão do site www.maxlucado.com

O doce som do segundo violino

Por milhares de anos, o relacionamento tem sido perfeito. Muito antes de que alguém possa lembrar, a lua tem fielmente refletido os raios do sol na noite escura. Foi a melhor dupla no universo. Outras estrelas e planetas se maravilhavam na confiança do time. Geração após geração dos habitantes da Terra ficaram fascinados com a reflexão. A lua tornou-se o símbolo do romance, das altas expectativas e até mesmo de versos infantis.

“Brilhe, lua”, as pessoas cantavam. E ela brilhava. Bem, de certo modo ela brilhava. Veja, a lua não brilhava de verdade. Ela refletia. Ela recebia a luz que lhe era entregue pelo sol e a redirecionava em direção a Terra. Uma simples tarefa de receber a iluminação e compartilhá-la.

Você pensaria que tal conjunto duraria para sempre. Quase durou. Mas um dia, uma estrela que estava por perto colocou uma ideiazinha na cabeça da lua.

“Deve ser duro ser uma lua,” a estrela insinuou.

“O que você quer dizer com isso? Eu amo ser uma lua! Tenho um importante trabalho a fazer. Quando fica escuro, as pessoas me procuram para ajudá-las. E eu olho para o sol. Ele me dá o que eu preciso e eu dou às pessoas o que elas precisam. As pessoas dependem de mim para iluminar seu mundo. E eu dependo do sol.”

“Então, você e o sol devem ser bem unidos.”

“Unidos? Ora, somos como Huntley e Brinkley, Hope e Crosby, Benny e Day…”

“Ou talvez Edgar Bergen e Charlie McCarthy?”

“Quem?”

“Você sabe, o homem e o fantoche.”

“Bem, eu não sei sobre o fantoche.”

“É exatamente isso que eu estou falando. Você é o fantoche. Você não tem luz própria. Você depende do sol. Você é o ajudante. Você não tem nenhuma fama por si só.”

“Fama por si só?”

“É, você tem tocado o segundo violino por muito tempo. Você precisa andar por si só.”

“O que você quer dizer?”

“Eu quero dizer parar de refletir e começar a produzir. Faça suas próprias coisas. Seja seu próprio chefe. Faça com que as pessoas te vejam por quem você realmente é.”

“Quem sou eu?”

“Bem, você é, ah, bem, é o que você precisa descobrir. Você precisa descobrir quem você é.”

A lua parou e pensou por um momento. O que a estrela disse fazia sentido. Apesar de nunca ter considerado isso, a lua de repente estava a par de todas as injustiças daquela relação.

Por que era ela que deveria trabalhar no turno noturno todo o tempo? Por que deveria ser ela a ser pisada pelos astronautas primeiro? E por que deveria ser sempre ela a acusada de causar as ondas? E por que os cachorros e lobos não uivam para o sol para variar?

“Você está certa! declarou a lua. Já é hora de termos uma igualdade solar-lunar aqui.”

“Agora você falou e disse,” estimulou a estrela. “Vá descobrir a verdadeira lua!”

Esse foi o começo da separação. Ao invés de voltar a sua atenção para o sol, a lua começou a prestar atenção em si mesma.

Ela começou um processo de alto-engrandecimento. Depois disso tudo, seu aspecto foi uma desgraça, toda cheia de crateras e tudo mais. Seu guarda-roupas foi tristemente limitado a três tamanhos; de corpo inteiro, meio molde e um quarto blindado. E sua cor foi um amarelo anêmico.

* * *

Então, com determinação,

Ela arrumou geleiras. Ela mudou sua aparência incluindo novas formas como triangular e quadrada. E para a coloração, ela optou por um laranja punk rock. “ Ninguém vai mais me chamar de cara de queijo.”

A nova lua estava magra e em forma. Sua superfície estava tão suave quanto um bumbum de nenen. Tudo estava bem por enquanto.

No começo, seu novo visual a deixou aquecida em seu próprio luar. Os meteoros que passavam parariam para visitá-la. Estrelas distantes a telefonariam e elogiariam. As luas colegas a convidariam para suas órbitas para assistir “As the World Turns”.

Ela tinha amigos. Ela tinha fama. Ela não precisava do sol – até que as coisas mudaram. De repente, “punk” estava fora de uso e “prep” estava na moda. Os elogios acabaram e as risadinhas começaram enquanto a lua tinha dificuldade em perceber que estava fora da moda. Assim que ela percebeu e mudou o laranja para pinstrip, a moda passou para country.

Foi uma dolorosa pancada na sua superfície que a fez finalmente se perguntar, “Pra que tudo isso?” Um dia você está na capa da revista e no outro já foi esquecida. Vivendo para o aplauso dos outros não dá certo.

Pela primeira vez desde que ela começou sua campanha para achar-se, a lua se lembrou do sol. Ela lembrou de momentos dos bons milênios quando os elogios não a interessavam. O que as pessoas achavam dela não interessava uma vez que seu negócio não era fazer com que as pessoas olhassem para ela. Qualquer elogio que vinha era rapidamente passado para o chefe. A idéia do sol era iluminar a lua. “Ela tem me feito um favor”.

Ela olhou para a Terra. Os habitantes da Terra tiveram um show e tanto. Eles não sabiam o que esperar: primeiro punk, depois preppie, agora country. Consultores de moda em Las Vegas estavam fazendo apostas se o novo estilo da lua seria chic ou macho. Ao invés de ser a luz de seu mundo, ela era alvo de piadas.

Mas era o frio que mais a incomodava. A falta da luz do sol a deixou com muito frio. Nenhum aquecimento. Nenhum brilho. Seu casaco de corpo inteiro não ajudava. Não poderia ajudar; o calafrio vinha de dentro, um arrepio gelado do fundo do seu ser que a deixava fria e sozinha.

Era exatamente assim que ela estava.

Uma noite enquanto olhava as pessoas andando no escuro, ela percebeu a futilidade daquilo tudo. Ela lembrou do sol. Ele me deu tudo que eu precisava. Eu tinha um propósito. Eu estava aquecida. Eu estava feliz. Eu era… eu era o que fui feita para ser.

De repente, ela sentiu o velho e antigo calor. Ela se virou e lá estava o sol. O sol nunca tinha saído de lá. “Estou feliz que você tenha voltado,” disse o sol. “Vamos voltar ao trabalho.”

“Pode apostar!” concordou a lua.

Ela tirou o casaco. A forma redonda voltou e uma luz era vista no céu escuro. Uma luz ainda mais brilhante foi vista no céu escuro. Uma luz mais brilhante.

E a partir desse dia, sempre que o sol brilha e a lua reflete e a escuridão é iluminada, a lua não reclama ou fica com inveja. Ela faz o que tem que fazer.

A lua brilha.

Guia de estudo

Pontos para meditar

“É, você tem tocado o segundo violino por muito tempo. Você precisa andar por si só.”

1. Você já recebeu conselho como a afirmação acima?

2. Você já deu tal conselho? Qual foi o resultado de agir de acordo com esse conselho?

“Vivendo para o aplauso dos outros não dá certo.”

1. O que significa a afirmação acima?

2. De que forma isso “não dá certo”?

“E a partir desse dia, sempre que o sol brilha e a lua reflete e a escuridão é iluminada, a lua não reclama ou fica com inveja. Ela faz o que tem que fazer. A lua brilha.”

1. Qual o resultado de fazer o que você foi criado para fazer?

2. Como você percebe esse sentimento?

Sabedoria da Palavra

– Leia 1 Coríntios 12:12-30. Como considerar o conselho nesta passagem salvou a lua de sentir muita pena? Existe uma lição aqui para você? Se existe, qual é?

– Leia Romanos 12:3-8. Como o conselho dado no versículo 3 poupou a lua da dor?

– Leia Isaías 43:5-7. Para que fomos criados conforme Isaías? Como “glorificamos” a Deus? Você está fazendo isto? Explique.

Traduzido por Cynthia Rosa de Andrade Marques
Texto original extraído com permissão do site www.maxlucado.com

A sabedoria do lenhador e outras histórias favoritas

Eu amo histórias. Amo lê-las e ainda mais, amo escrevê-las. As histórias nos ajudam a entender verdades bíblicas de um jeito novo. Algumas vezes elas nos ajudam a enxergar-nos mais objetivamente através das lentes da imaginação.

Juntei algumas das minhas histórias favoritas neste artigo. Espero que elas lembrem você do que significa ser um filho de Deus. Que você curta tanto quanto eu curti escrevê-las!

A sabedoria do lenhador

Você compraria uma casa se permitissem você ver apenas um de seus cômodos? Você compraria um carro se só deixassem você ver seus pneus e uma luz traseira? Você julgaria um livro depois de ler apenas um parágrafo?

Nem eu.

Um bom julgamento requer um amplo conhecimento. Isso não só é verdade nas compras de casas, carros e livros, como também na avaliação da vida. Uma falha não faz da pessoa uma fracassada; uma realização não faz da pessoa um sucesso.

“Melhor é o fim duma coisa do que o princípio”,1 disse o sábio.

“Sede pacientes na tribulação”,2 repetiu o apóstolo Paulo.

“Não julgue uma frase por uma palavra”, declarou o lenhador.

O lenhador? Ah, você pode não conhecê-lo. Deixe-me apresentá-lo a você.

Eu o conheci no Brasil. Ele me foi apresentado por um amigo que sabia que eu precisava de paciência. Denalyn e eu estávamos a seis meses no Brasil com um visto de cinco anos e eu estava decepcionado. Minha fascinação pelo Rio de Janeiro tornou-se em irritação com as palavras que não conseguia falar e com a cultura que não entendia.

“Tenha paciência”, Maria me dizia. Ela era minha tradutora. Mas, além disso, ela tinha uma voz calma em uma tempestade barulhenta. Com persistência materna, corrigia minha pronúncia e me ajudava a amar sua pátria.

Certa vez, no meio de uma semana frustrante por tentar retirar nossos bens da alfândega (o que eventualmente levou três meses), ela me passou essa história como lição de casa. Ela ajudou bem mais minha postura do que ajudou meu português.

É uma fábula simples. Mas para nós que tentamos julgar a vida com evidências de apenas um dia, a mensagem é profunda. Não fiz nada para enfeitá-la, apenas a traduzi. Oro para que ela lembre você, como fez comigo, que a paciência é a maior coragem.

* * *
Certa vez, havia um senhor que morava em uma pequena vila. Embora fosse pobre, todos o invejavam porque era dono de um lindo cavalo branco. Até o rei desejava o seu tesouro. Nunca se tinha visto um cavalo como este antes – tão grande era seu esplendor, sua majestade, sua força.

As pessoas ofereciam preços fabulosos por ele mas o senhor sempre recusava. “Este cavalo não é um cavalo pra mim,” ele dizia. “Considero como uma pessoa. Como você poderia vender uma pessoa? Ele é um amigo, não uma posse. Como você poderia vender um amigo?” O homem era pobre e a tentação era grande. Mas ele nunca vendeu o cavalo.

Uma manhã ele viu que o cavalo não estava no estábulo. Toda a vila veio vê-lo. “Seu velho bobo,” eles zombavam, “nós te avisamos que alguém iria roubar seu cavalo. Nós te avisamos que ele seria roubado. Você é tão pobre. Como você podia imaginar que iria proteger um animal tão valioso? Seria melhor tê-lo vendido. Você poderia ter conseguido qualquer preço que quisesse. Nenhuma quantia seria muito alta. Agora o cavalo se foi e você foi atingido por essa infelicidade.”

O senhor respondeu, “não vão tão longe. Digam apenas que o cavalo não está no estábulo. Isso é tudo que sabemos; o resto é dedução. Se foi uma desgraça ou não, como vocês podem saber? Como vocês podem julgar?

As pessoas responderam. “Não pense que somos bobos! Podemos não ser filósofos, mas não é necessária muita filosofia. O simples fato do seu cavalo ir embora é uma desgraça.”

O senhor falou de novo. “Tudo que sabemos e que o estábulo está vazio e o cavalo foi embora. O resto eu não sei. Se é uma desgraça ou uma bênção, eu não sei. Só podemos ver uma parte. Quem pode dizer o que virá a seguir?”

O povo da vila ria. Pensavam que o homem estava louco. Sempre tinham considerado o homem bobo. Se ele não o fosse, teria vendido o cavalo e vivido com o dinheiro. Mas ao invés disso, ele era um pobre lenhador, um senhor idoso ainda cortando lenha, arrastando-a para fora da cidade para vendê-la. Ele vivia na miséria da pobreza. Agora ele provou que realmente era um tolo.

Depois de quinze dias o cavalo voltou. Ele não tinha sido roubado. Ele fugiu para a floresta. Não só voltou como também trouxe uma dúzia de cavalos selvagens com ele. Mais uma vez, o povo da cidade se juntou em volta do lenhador e disse. “Senhor, você estava certo e nós estávamos errados. O que pensávamos que era uma desgraça era uma bênção. Por favor nos perdoe.”

Então o homem respondeu: “Mais uma vez vocês foram longe demais. Digam apenas que o cavalo voltou. Digam apenas que doze cavalos vieram com ele mas não façam suposições. Como vocês sabem se é uma bênção ou não? Vocês vêem apenas uma parte. A não ser que vocês saibam toda a história, como podem saber? Vocês leram apenas uma página de um livro. Como podem julgar todo o livro? Vocês leram apenas uma palavra da frase. Como podem entender a frase inteira?”

“A vida é muito ampla mas vocês julgam toda a vida com uma página ou uma palavra. Tudo que vocês têm é um pedaço! Não digam que é uma bênção. Ninguém sabe. Estou feliz com o que sei por enquanto. E não estou perturbado com o que não sei.”

“Talvez o senhor esteja certo,” diziam uns para os outros. Então falaram pouco. Mas lá no fundo, sabiam que ele estava errado. Sabiam que era uma bênção. Doze cavalos selvagens vieram com um cavalo. Com um pouco de trabalho, os animais poderiam ser domesticados e vendidos por muito dinheiro.

O senhor tinha um filho, um único filho. O jovem começou a domesticar os cavalos selvagens. Depois de alguns dias, ele caiu de um dos cavalo e quebrou as duas pernas. Mais uma vez os moradores da vila se juntaram ao redor do senhor e lançaram seus julgamentos. “Você estava certo”, eles disseram. “Você provou que estava certo. Os doze cavalos não eram uma bênção. Eram uma desgraça. Seu único filho quebrou as pernas e, agora com idade avançada, você não tem ninguém para te ajudar. Agora você está mais pobre do que nunca.”

O senhor falou novamente. “Vocês são obcecados por julgamento. Não vão longe demais. Digam apenas que meu filho quebrou as pernas. Quem sabe se é uma desgraça ou uma benção? Ninguém sabe. Temos apenas um pedaço. A vida vem em partes.”

Aconteceu que, algumas semanas depois, o país entrou em guerra contra um país vizinho. Todos os homens jovens da vila foram convocados para entrar no exército. Apenas o filho do senhor foi excluído porque estava ferido. Mas uma vez o povo se juntou em volta do senhor chorando e lamentando porque seus filhos foram levados. Havia uma pequena chance deles retornarem. O inimigo era forte e a guerra seria uma luta perdida. Eles nunca veriam seus filhos novamente.

“Você estava certo, senhor,” eles choravam. Deus sabe que você estava certo. Isso prova. O acidente do seu filho foi uma bênção. Suas pernas podem estar quebradas mas ao menos ele está com você. Nossos filhos se foram para sempre.”

O senhor falou de novo. “É impossível conversar com vocês. Vocês sempre tiram conclusões. Ninguém sabe. Digam apenas isso: seus filhos foram pra guerra e o meu não. Ninguém sabe se é uma bênção ou uma desgraça. Ninguém é sábio demais para saber. Só Deus sabe.”

* * *
O senhor estava certo. Apenas sabemos uma parte. Os infortúnios e horrores da vida são apenas uma página de um grande livro. Não devemos ficar tirando conclusões. Devemos esperar para tirar conclusões das tempestades da vida até sabermos a história inteira.

Não sei onde o lenhador aprendeu a ter paciência. Talvez de um outro lenhador da Galiléia. Porque foi um Carpinteiro que disse:

“Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã. Basta a cada dia o seu mal.” 3

Ele devia saber. Ele é o autor da nossa história. E Ele já escreveu o último capítulo.

1 Eclesiastes 7:8
2 Romanos 12:12
3 Mateus 6:34

Guia de estudo

1. Pense na história do lenhador por um minuto. Como você reagiria aos acontecimentos da vida do lenhador? Você tiraria conclusões rapidamente ou se contentaria em ver só o que acontece?

Agora pense nas maneiras com que você julgou as tempestades que explodiram na sua vida. Você se beneficiaria ao adotar uma perspectiva mais como a do lenhador dom que a das pessoas da vila? Explique sua resposta.

2. Por que você acha tão fácil julgar a vida “com o acontecimento de apenas um dia”? Quais os perigos de julgar tão rapidamente?

3. Descreva uma vez que você fez julgamentos sobre uma circunstância específica sem perceber quão realmente limitada estava a sua perspectiva. Qual foi o resultado de seus julgamentos? Os seus julgamentos permaneceram até o fim ou provaram ser apenas de fragmentos?

4. Leia Mateus 6:33-34. O que você acha que Jesus estava tentando transmitir para seus seguidores através daquelas palavras? Como aquelas palavras providenciaram perspectiva para sua vida?

Traduzido por Cynthia Rosa de Andrade Marques
Texto original extraído com permissão do site www.maxlucado.com

A mão de Jesus vai tocar você também

O senhor idoso na esquina não o viu. A mulher vendendo figos também não. Jesus o descreveu para os escribas no portão e para as crianças no quintal. “Ele tem mais ou menos esta altura. Com roupas esfarrapadas. Barba saliente.”

Ninguém tinha uma pista.

Na maior parte do dia, Jesus estava o procurando para cima e para baixo nas ruas de Jerusalém. Ele não parou para almoçar. Ele não parou para descansar. O único momento em que seus pés não estavam se movendo era quando Ele perguntava: “Com licença, você viu o rapaz que costumava mendigar na esquina?”

Finalmente, um menino dá uma dica. Jesus vai até uma rua afastada em direção ao templo e vê o homem sentado em um toco entre dois burros. Cristo se aproxima por trás e coloca a mão em seu ombro. “Te encontrei! Estava te procurando.” O rapaz vira e, pela primeira vez, vê Aquele que fez com que ele enxergasse. E o que ele fez em seguida, você vai achar difícil de acreditar.

João nos apresenta esse homem com as seguintes palavras: “E passando Jesus, viu um homem cego de nascença.” (Jo 9:1). Esse homem nunca viu um nascer do sol. Não sabia diferenciar roxo de rosa. Os discípulos culparam a árvore genealógica. “Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?” (v.2).

Nenhum dos dois, o Deus-homem responde. Essa condição vem do céu. A razão pela qual esse homem nasceu cego? “Foi para que nele se manifestem as obras de Deus.” (v.3).

Escolhido para sofrer. Que papel ingrato. Alguns cantam para a glória de Deus. Outros ensinam para a glória de Deus. Quem quer ser cego para a glória de Deus? O que é pior – a situação ou descobrir que foi idéia de Deus?

Jesus cospe no chão

A cura provou ser tão surpreendente como a causa. “[Jesus] cuspiu no chão e com a saliva fez lodo, e untou com lodo os olhos do cego” (v.6).

O mundo é rico em pinturas do Deus-homem. Nas braços de Maria, no Jardim do Getsêmani, no cenáculo, no túmulo escuro. Jesus tocando. Jesus chorando, rindo, ensinando… mas eu nunca vi um quadro de Jesus cuspindo.

Cristo lambendo seus lábios uma ou duas vezes, juntando saliva na boca, fazendo um montinho de baba e cuspindo. Direto na lama. (Crianças, da próxima vez que sua mãe te disser para não cuspir, mostre a ela esta passagem). Então Ele agacha, faz uma poça de… não sei, do que você chamaria aquilo?

Betume santo? Terapia de cuspe? Solução de saliva? Qualquer que seja o nome, Ele coloca um dedo na palma de sua mão, e então, tão calmamente quanto um pintor coloca massa em um buraco na parede, Jesus faz um milagre com lodo nos olhos do homem. “Vai, lava-te no tanque de Siloé” (v.7).

O mendigo foi até o tanque, esguichou água em seu rosto enlameado, e tirou a argila. O resultado é o primeiro capítulo de Gênesis, somente para ele. Luz onde havia escuridão. Foco de olhos virgens, figuras distorcidas tornam-se seres humanos, e João recebe uma declaração da recompensa da Bíblia quando escreve: “e voltou vendo.” (v.7).

Ora, João! Está com falta de verbos? Que tal “ele enxergando voltou correndo”? “Ele enxergando voltou dançando”? “Ele voltou fazendo algazarra, gritando e beijando tudo que podia ver pela primeira vez”? O moço devia estar agitado.

Nós amaríamos deixá-lo daquele jeito, mas a vida deste homem vai do melhor pro pior, ele foi do filé mignon para brotos fervidos. Olhe a reação dos vizinhos. “Não é aquele que costumava mendigar?” “Uns diziam: é ele. E outros: não é, mas se parece com ele. Ele dizia: sou eu.” (v.9).

Esses caras não celebravam, eles discutiam! Eles assistiam esse homem andar às apalpadelas e tropeçar desde que era criança e você acha que eles regozijariam. Mas não. Eles o levaram para a igreja para testá-lo. Quando os fariseus pedem uma explicação, o mendigo que era cego diz: “Pôs-me lodo sobre os olhos, lavei-me e vejo.” (v.15).

De novo paramos para ouvir o aplauso, mas ele não vem. Sem reconhecimento. Sem celebração. Aparentemente Jesus falhou na consulta ao manual de cura. “Ora, era sábado o dia em que Jesus fez o lodo e lhe abriu os olhos… por isso alguns dos fariseus diziam: Este homem não é de Deus; pois não guarda o sábado.” (vv.14,16).

Ninguém vai se alegrar com este homem? Os vizinhos não. Os pregadores não. Espere, aí vêm os pais. Mas a reação dos pais do ex-cego foi ainda pior.

Chamaram os pais daquele que havia recebido a visão, “e lhes perguntaram: `É este o vosso filho, que dizeis ter nascido cego? Como, pois, vê agora?`.”

“Seus pais responderam: `Sabemos que este é o nosso filho, e que nasceu cego; mas como agora vê, não sabemos; ou quem lhe abriu os olhos, nós não sabemos; perguntai a ele mesmo; tem idade; ele falará por si mesmo.` Isso disseram seus pais, porque temiam os judeus, porquanto já tinham estes combinado que se alguém confessasse ser Jesus o Cristo, fosse expulso da sinagoga.” (vv.19-22).

Como podem fazer isso? Na verdade, ser expulso da sinagoga é sério. Mas se recusar a ajudar seu filho não é mais sério?

Ninguém o via

Quem estava realmente cego naquele dia? Os vizinhos não enxergavam o homem, viam uma novidade. Os líderes da igreja não enxergavam o homem, viam um assunto técnico. Os pais não enxergavam seu filho, viam um problema social. No final, ninguém o via. “E expulsaram-no.” (v.34).

E agora, aqui está ele, em uma rua afastada em Jerusalém. O rapaz devia estar confuso. Nasceu cego apenas para ser curado. Curado apenas para ser expulso. Expulso apenas para ser deixado só. O pico do Evereste e o calor do Saara, tudo em um dia de descanso. Agora não pode mais nem mendigar. Qual seria a sensação?

Você pode saber tudo muito bem. Eu conheço um homem que era responsável por quatro crianças. Uma mãe solteira em nossa igreja que criou dois filhos autistas. Éramos responsáveis por uma vizinha que o câncer levou a problemas cardíacos e teve pneumonia. Seu registro de saúde era tão grosso quanto uma lista telefônica. Algumas pessoas não parecem ter uma grande cota de azar?

Se é assim, Jesus sabe. Ele sabe como se sentem e onde elas estão. “Soube Jesus que o haviam expulsado, foi e achou-o” (v.35).

Caso o estábulo do nascimento não tenha sido suficiente. Se três décadas de andança pela Terra e milagres não são suficientes. Se há qualquer dúvida a respeito da consagração a Deus, Ele faz coisas como esta. Ele vai atrás de um pobre problemático.

O mendigo levanta seus olhos para olhar no rosto daquele que começou isso tudo. Ele irá criticar Cristo? Reclamar para Cristo? Você não pode culpá-lo de fazer os dois. Afinal, ele não se voluntariou para a doença ou a libertação. Mas ele não faz nem um nem outro. Não, “ele o adorou.” (v.38).

E quando você vê-lo, vai adorá-lo também.

Assim como Ele foi até o homem cego, Jesus está vindo para você. A mão que tocou o ombro do cego vai tocar a sua face. Aquele que mudou a vida daquele homem vai mudar também a sua.

Traduzido por Cynthia Rosa de Andrade Marques
Texto original extraído com permissão do site www.maxlucado.com

Receba primeiro, dê depois

O que você faz quando está em baixa no amor? Você tenta mudar o rumo pela força de vontade? Como se existisse dentro de nós uma destilaria de sentimento que apenas precisa de um pedaço de madeira ou uma chama mais quente. Nós botamos fogo nele e o atiçamos com resolução. Qual é a nossa estratégia típica para lidar com um relacionamento problemático? Tentar mais.

“Meu cônjuge precisa do meu perdão? Não sei como mas vou dá-lo.”

“Não me importo com o quanto isso doa, vou ser gentil com aquele ordinário.”

“Devo amar meu vizinho? Ok. Fazer o quê? Eu vou.”

Então tentamos. Dentes cerrados. Queixo imóvel. Vamos amar mesmo que isso acabe conosco! E é possível que aconteça exatamente isso.

Será que não está faltando algum passo? Será que o primeiro passo para o amor não é para eles mas para Ele? Será que o segredo de amar é receber? Você demonstra amor por receber primeiro. “Nós amamos, porque Ele nos amou primeiro.” (I João 4:19).

Tardio em amar mais? Comece aceitando sua posição de filho querido e amado. “Sede pois imitadores de Deus, como filhos amados; e andai em amor, como Cristo também vos amou.” (Ef. 5:1-2).

Quer aprender a perdoar? Então reflita em como você foi perdoado. “Antes sede bondosos uns para com os outros, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo.” (Ef. 4:32).

Acha difícil colocar os outros em primeiro lugar? Pense em como Cristo colocou você primeiro. “o qual, subsistindo em forma de Deus, não considerou o ser igual a Deus coisa a que se devia apegar.” (Fp. 2:6).

Precisa de mais paciência? Beba da paciência de Deus (II Pe. 3:9). A generosidade é uma virtude ilusória? Então leve em consideração o quanto Deus tem sido generoso com você. (Rm. 5:8). Tem problemas em lidar com parentes mal agradecidos e vizinhos nervosos? Deus lidou com você quando você fazia o mesmo. “Ele é benigno até para com os ingratos e maus.” (Lc. 6:35).

Não podemos amar desta maneira?

Sem a ajuda de Deus não podemos.

Se não tivermos recebido essas coisas, como podemos dá-las aos outros? Distante de Deus, “enganoso é o coração, mais do que todas as coisas”. (Jr. 17:9). O amor para salvar um casamento não está em nós. A dedicação para preservar uma amizade não pode ser encontrada em nossos corações. Precisamos da ajuda de uma fonte externa. Uma transfusão. Amaríamos como Deus ama? Então comecemos recebendo o amor de Deus.

Nós pastores temos sido culpados por pular esse passo. “Amem uns aos outros!” falamos em nossas igrejas. “Sejam pacientes, generosos e perdoem”, argumentamos. Mas ensinar as pessoas a amar sem contar que elas são amadas é como pedir que façam um cheque sem termos depositado em suas contas. Não é de surpreender que tantos relacionamentos estão acabando. Os corações não tem amor o suficiente. O apóstolo João mostra a seqüência correta. Ele faz um depósito antes de pedir para fazermos um cheque. Primeiro o depósito: “Nisto se manifestou o amor de Deus para conosco: em que Deus enviou seu Filho unigênito ao mundo, para que por meio dele vivamos. Nisto está o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou a nós, e enviou seu Filho como propiciação pelos nossos pecados.” (I João 4:9-10) e então, fazendo um depósito tão ultrajante e revelador, João apela pra mim e pra você para tirarmos o talão de cheques: “Amados, se Deus assim nos amou, nós também devemos amar-nos uns aos outros.” (v. 11).

O segredo de amar é viver amado. Muitas pessoas nos dizem para amar. Somente Deus nos dá o poder para fazê-lo.

Traduzido por Cynthia Rosa de Andrade Marques
Texto original extraído com permissão do site www.maxlucado.com

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