Tocha humana

De tudo o que desejo,
Desejo não desejar tanto.
Essa atitude, fruto do que vejo,
Me deixa um tanto quanto manco.
Me desvia do eterno destino,
Me faz prostrar em terra,
Me faz ser Peter pan naquilo que é divino!
Levanta contra mim um inimigo,
Me faz viver em guerra com Deus, comigo…
Ah! Desejo que queima, que inflama!
Com tudo aquilo que não posso,
Desejo carnal, contra aquele que me ama,
Desejo que me alimenta e me fere até os ossos.
Não faço o bem que prefiro,
Mas o mal que não quero, esse faço.
Me envolve, tal qual o ar que respiro…
Me prende em seu poderoso regaço.
Espero enfim que um dia me libertes,
Do vil, fraco e forte corpo dessa morte.
Que me faças ser segundo o que quiseste.
Que semelhante a ti pai, eu seja forte.
De tudo o que desejo,
É ter enfim eterno e tal alento
Que dessas chamas não me sobrem nem lampejo,
E seja eu vestido assim, enfim, do seu contentamento.

Para ruminar vida afora:

“… Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça quando esta o atrai e seduz” Tiago 1:14