Que nojo!

Sempre fui apontada por ser muito inconformada, mas tenho certeza que minha indignação foi dada por Deus. Não nasci em um lar cristão. Talvez por isso valorize mais a obra salvadora de Cristo em mim do que aqueles já habituados à vida cotidiana nos bancos das igrejas. Logicamente não são todos, mas tantas coisas estão acontecendo com jovens que conheci quando me converti (há dez anos atrás)… Na época, eles ministravam adoração, tinham cargos destacados na igreja, oravam uns pelos outros, mas se eu disser o que são hoje, talvez você duvide.

Não digo isso com ar de superioridade por ainda estar ilesa dessa crise, nem com pena dessas pessoas. Não tenho orgulho porque estou sujeita às mesmas paixões que eles, mas também não tenho pena porque ninguém é obrigado a ser cristão, mas quem se mete a ser, deve ser por inteiro.

Não dá para se esconder atrás de pais cristãos, nem de cargos na igreja, nem tão pouco atrás de sua habilidade no manuseio da Bíblia. Tenho certeza que a acomodação é uma comida indigesta para Deus porque Ele disse que vomitaria os mornos (Ap 3:16). Que nojo! Nojo não da posição de Deus, mas do que muitos cristãos estão se tornando.

Por outro lado, muitas vezes me omiti diante do pecado alheio, sendo cúmplice do estrago que mais tarde ele causaria na vida das pessoas. Descobri um texto lindo esses dias que fala sobre isso: “Exortai-vos uns aos outros, todos os dias, durante o tempo que se chama Hoje, para que nenhum de vós se endureça pelo engano do pecado” (Hb 13:3). Dói saber que minha omissão em exortar endureceu o coração de muitos que agora têm dificuldade de dar nome ao que fazem de pecado.

Também críticas vazias sobre a decadência óbvia do cristianismo não bastam. Prefiro tirar duas lições disso tudo:

  1. Nunca desista das pessoas! Insista em ajudá-las a tratar do seu pecado, mais vezes com carinho do que com chicote (nome que dou aqui para julgamentos, estupidez, superioridade e outros pecados mais).
  2. Deixe que o próprio pecado trará consigo a culpa! Você não precisa adicionar culpa àquele que precisa de cura.

Creio que Jesus agiria assim porque só Ele teria (e tem!) motivos para desistir de nós e não o fez, além de ter autoridade para nos culpar, mas disse que não veio para condenar o mundo, mas para salvá-lo (Jo 3:17).