A oração que amolece o coração de Deus

Por que Deus faz sofrer um servo fiel? E pior, como pode um servo fiel ser infeliz? Foram essas as duas principais perguntas que me fiz ao ler em I Sm 1:1 a 19 a história de Ana.

O trecho bíblico conta que ela queria muito ter um filho, mas Deus lhe “cerrou o ventre”. Por causa disso, ela chorava e não comia (v. 7), tinha amargura na alma (v. 10) e era uma mulher atribulada de espírito (v. 15), apesar disso, era fiel a Deus no seu templo.

Ana tinha um marido chamado Elcana. Era marido para mulher nenhuma colocar defeito. Naquela época, ele poderia até desprezá-la por não gerar filhos, mas agia exatamente ao contrário, superprotegendo-a (v. 5) e para argumentar a favor do seu amor disse a ela: “Não sou eu melhor do que dez filhos?” “Não!” – ela poderia ter dito. Porque ela não queria um marido excelente e dez filhos, ela queria um filho. Um filho que Deus não lhe dava. Certamente Ana amava Elcana, mas isso não saciava seu anseio por um filho. Porém, repito: Deus não lhe dava o filho. Podia conceder-lhe esse pedido, mas não fazia.

A cartada final de Ana foi entregar aquilo que ela tanto queria a Deus, antes mesmo de ter seu pedido concedido. Ela prometeu consagrar seu filho a Deus e deixá-lo viver no templo para sempre (v. 22). Ana sensibilizou o coração de Deus quando trocou a ansiedade pela fé e Ele se lembrou dela (v. 19) concedendo-lhe o tão esperado filho que agora não era mais seu devido ao voto de entrega que fizera. Ana era agora uma mulher completa. Tinha um maridão e seu filho Samuel – a personificação de seu pedido de oração.

É certo que não importa como seu coração esteja; amargurado, atribulado, ansioso… sua oração de entrega pode balançar o coração de Deus. Se sua profissão, família, personalidade, for dada a Deus pela suas próprias mãos, isso lhe trará realização completa. Ana entregou aquilo que ela queria para ela. Pense no que você mais quer na sua vida… Pensou? Então, é isso que Deus quer que você deixe nas mãos dEle.

A história prossegue dizendo como Deus era com Samuel. Depois da oração de entrega, o v. 18 diz que o semblante de Ana “já não era mais triste”. O que entregamos a Deus pode mudar nosso semblante e o mundo verá na nossa cara que não há nada que, nas mãos de Deus, não possa ser bênção! Nada!