Tristão

Faz frio, está escuro e eu não sei o que fazer.
Meus olhos estão cansados de esperar amanhecer.
Eu sei que a noite passa, e um novo dia vem raiando,
Mas, pai, perdoa minha ansiedade, tá demorando!

A cada dia que sofro, parece que esmoreço um pouco mais!
Tenho medo de fracassar! De desistir, antes de fracassar, tenho medo, Pai!
Eu sei que sou mais que vencedor, graças à sua cruz, ao seu amor…
Mas, Pai, sou covarde, será que agüento tanta pressão, tanta dor?

Pai, eu sei que nasci pra viver e morrer por sua igreja,
E se é assim, Pai, se é isso que tem pra mim, que assim seja.
Mas Pai, terei a nobreza de morrer por quem me mata?
Enriqueci-me pra descobrir que não tenho o que dar ao mundo do ouro e da prata.

Fiz de tudo pra ser homem, mas nunca fui melhor do que quando criança.
Quando não sou triste, a alegria é comedida, sem pulos, gargalhadas ou dança.
Não era pra ser isso, Pai! Sei que o Senhor não planejou assim!
Ainda confio em ti e sei que deve haver algo melhor em tuas mãos pra mim!

O Senhor ouviu Sansão, em seu último pedido, Pai, não me deixe!
O Senhor ouviu Jonas no fundo do mar, no ventre de um peixe!
Pai, por que parece que o meu gemido não chega ao céu?
Quando seu Filho expirou, não foi rasgado o véu?

Pai, tem pressa em socorrer-me, escuta o meu clamor!
Por tua graça e misericórdia, apesar de mim, por teu amor!
Assopra, Senhor, as brasas, espalha as cinzas que enchem meu coração.
Tira a fumaça dos meus olhos, faz-me ver Senhor, dá-me direção.

Para ruminar vida afora:

“Quanto a mim, sou pobre e necessitado, mas o Senhor preocupa-se comigo. Tu és o meu socorro e o meu libertador; meu Deus, não te demores!” Salmo 40:17.