O homem se esquece, mas Deus se lembra

O homem se esquece…
“Guarda-te não te esqueças do Senhor, teu Deus, não cumprindo os seus mandamentos, os seus juízos e os seus estatutos, que hoje te ordeno (…) Antes, te lembrarás do Senhor, teu Deus, porque é ele que te dá força para adquirires riquezas; para confirmar a sua aliança, que, sob juramento, prometeu a teus pais, como hoje se vê” (Deuteronômio 8:11 e 18).

Deus se lembra…
“Porque Deus não é injusto para se esquecer da vossa obra, e do trabalho e do amor que para com o seu nome mostrastes, enquanto servistes aos santos; e ainda servis” (Hebreus 10:6).

Eu não queria me esquecer do que Deus faz na minha vida! Porém, sei que, mais cedo ou mais tarde, acabarei me esquecendo. Só me lembro do que Ele ainda não me concedeu, do emprego que ainda não tenho, da família que ainda não constituí, da igreja que só idealizei, mas ainda não se tornou real. Sou capaz de lembrar de fatos da minha infância com mais detalhes do que das bênçãos que recebi ontem do Senhor.

E por falar em benção, dou graças a Deus pela vida de um amigo que semana passada me pediu para orar pela conversão de sua irmã; um caso humanamente difícil, mas que revelou o poder de Deus e me inspirou a esse artigo. Eu explico: ao mesmo tempo em que eu e alguns irmãos na fé orávamos pela conversão dessa moça na cidade de Piracicaba, ela se rendia a Jesus a aproximadamente 300Km de nós. AO MESMO TEMPO! Tempo – prisão para ser humano, não para Deus! E é isso que nos faz tão esquecidos: o tempo. Porém, como para Deus a limitação do tempo não existe, Ele nunca se esquece de nada!

Eu não queria me esquecer dessa experiência sobrenatural de oração que vivi, mas além de estar presa ao tempo, estou cheia de um sentimento maldito chamado INGRATIDÂO. Esqueço-me porque não sou totalmente grata, chegando até a pensar que Deus precisava da minha oração para salvá-la. Quanta ignorância! Deutoronômio 8:17 diz: “Não digas pois no teu coração: a minha força e o meu poder adquiriram estas riquezas”. Somos experts em proferir orações contritas com a boca, tendo no coração a autosuficiência.

Ou oramos confiando que só Deus pode realizar o que pedimos e que pode faze-lo com ou sem a nossa ajuda, ou confiamos no nosso “braço forte”. A Bíblia diz que a oração do justo pode muito em seus efeitos, mas só pode porque um dia a graça de Deus o justificou, de graça, de favor, sem merecimento algum.

Além do tempo e da ingratidão, tendemos à síndrome da memória curta porque NÃO CONHECEMOS A DEUS em profundidade. Não sabemos que “Ele não é injusto para se esquecer da nossa obra e do trabalho de amor para com o seu nome…” (Hebreus 6:10). Mas o que é a nossa obra diante da obra de Cristo? O que é a oração dos santos diante da salvação de um pecador? Isaias 64:6 diz: “Todos os seus atos de justiça são considerados como trapos de imundícia e não há nada de bom neles”.

Portanto, cheguemos diante de Deus prostrados, humilhados diante de tanto amor e de tão grande poder que, mesmo podendo nos dar o inferno, nos concedeu o sangue de Jesus, nosso ingresso para o céu. Mesmo podendo nos consumir, preferiu nos amar!

“Obrigada Jesus! Obrigada por todas as coisas que o Senhor já realizou na minha vida e eu, infelizmente, me esqueci. E quanto aquelas que ainda me concederá, antes que eu me esqueça – obrigada!”