Chiclete e a entrevista

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A conversão do Chiclete
Chiclete aprende a orar
Chiclete e o Big Bang
Chiclete e o Carnaval
Chiclete e a redação

– Que bom sermos convidados por esse jornal para uma entrevista. Assim vamos ficar famosos na escola! – imaginou um dos adolescentes que formavam a roda na sala de aula.

Repentinamente entra a repórter, com passos lentos e calculados. Olhando por cima dos óculos, num ar desconfiado, arrisca:

– Bom dia pessoal!

E explica:

– Estamos fazendo uma pesquisa sobre o comportamento adolescente no século XXI, e apenas vou fazer algumas perguntas, e a partir daí , podemos “conversar” sobre diversos assuntos, ok? Podemos começar?

Verificando o acenar positivo das cabeças adolescentes, dizendo que já podia começar, aliás, por falar em cabeças, só se via os modelitos exóticos de cabelos enfeitando as cabeças bem diversificadas, pois haviam cabeças raspadas, moicanas, arrepiadas, despenteadas, pintadas, tatuadas, tipo porco-espinho, tipo “black power”, tipo “se correr o bicho pega”, de todos os tipos. Ela pensou assustada: “… adolescentes!!!” E resumiu numa pergunta o que queria saber:

– Quanto tempo dura um relacionamento entre adolescentes?

Jota: Tempo suficiente para beijar na boca! Mas normalmente depende se tem alguém vigiando!! (risos)

Cabeça: O meu relacionamento mais demorado foi de dez minutos. Havia uma disputa para ver quem beijava mais meninas naquele recreio, e eu não podia perder tempo. Minha filosofia é C.N.R.E.P.

– Deixa eu anotar. O que vem a ser isso? – indagou a pesquisadora.

Cabeça: CAIU NA REDE É PEIXE! (risadas)

Mabel: É assim mesmo! Esses caras nem pensam nos nossos sentimentos, eles só querem ficar numa boa, e não estão nem aí com o resto. Se a menina se apaixonar, tá perdida!

Lucia: (interrompendo a amiga) Bem dizia minha mãe: Homem não presta! Eu mesma já me apaixonei, fiquei na rua da amargura! Nunca mais!

Karol: Mas a gente gosta! Fala a verdade, Lu… Eu não me apaixono… tô vacinada. Já que é pra ficar, eu ganho de todos, coração de pedra, mulher moderna, Karoláaaaaine! Vai encarar? (risos)

A repórter, surpresa, percebeu que tinha assunto pra muito tempo, e estava disposta a anotar o máximo que conseguisse, mantendo o gravador ligado, pois ela não queria perder nada! Embora quase não conseguisse anotar nada, não queria se dar ao luxo de perder as expressões faciais, os gestos, as risadas que vinham junto com cada resposta. Interessada no assunto, arriscou outra pergunta:

– Vocês conhecem algum adolescente que pensa diferente de vocês, que não faz essas coisas?

Começou o alvoroço! Todos falavam ao mesmo tempo e acenavam a cabeça concordando. A repórter fez um leve gesto pedindo calma. Por um segundo houve um silêncio que alguém quebrou sem perceber e deixou escapar:

– Só se for o Chiclete!

A jornalista balançou a cabeça para cima e para baixo e fechou um dos olhos, tentando mostrar o quanto achou interessante o fato de haver um rapaz que vivesse diferente. Por isso perguntou: Chiclete! É esse o nome?

– Ele é virgem! Interrompeu Malu. Eu já quis ficar com ele, e um montão de menina, mas não deu nada!

Sandra : Ele é evangélico, dona, mas tem meninos evangélicos que são piores que nós. Já fiquei com vários deles!

Ingrid: É verdade. Longe do pastor eles são verdadeiros lobos!!! Tem cada lobo bonitinho… hmmmmm (risos)

Karol: Eu tenho que reconhecer, o Chiclete é diferente. Só fala de Deus.

Marcos: Quando eu crescer, quero ser igualzinho a esse cara! (risos)

Mais interessada ainda, a repórter insistiu:

– Mas ele é legal? Como vocês encaram alguém da idade de vocês, que faz tudo diferente?

Lucia: Ele é legal, mas nem parece desse mundo, diz que vai pro céu, às vezes eu até acredito!

Sandra: Eu também.

Muitos não responderam, mas a repórter, muito observadora, notou como quase todos acenaram positivamente com um ar de aprovação.

Naquele momento alguém bate à porta: Toc, Toc, Toc!

– Pode entrar! – permitiu a jornalista.

Inesperadamente, como se fosse um coral, quase todos falaram ao mesmo tempo:

– Chicleeeeteeee!!!?

Cláudio Augusto, envergonhado, pediu desculpa pelo atraso e perguntou curioso:

– Perdi alguma coisa?

A repórter sorriu e deu as boas-vindas:

– Você é o Chiclete? Entre, temos muuuuito a conversar. (Risos)

Queridos, a entrevista vai demorar, é melhor encerrarmos o papo. Viu como os amigos deram testemunho do Chiclete na sua ausência? Nossas vidas falam. O que seus amigos falam sobre seu comportamento, sobre sua fé? Eles seriam capazes de reconhecer que você é diferente? A Bíblia diz: “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus” (Mateus 5:16).

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Big Brother Chiclete