Procura-se

Parábola da ovelha reencontrada. Então, ele lhes disse esta parábola: “Quem dentre vós, se tiver cem ovelhas e perder uma, não deixa as outras noventa e nove no deserto para ir à procura da que se perdeu, até encontrá-la? E quando a reencontrou, ele a acomoda cheio de alegria sobre os ombros, e, de volta à casa, reúne seus amigos e vizinhos e lhes diz: `Alegrai-vos comigo, pois eu reencontrei a minha ovelha que estava perdida!` Eu vos digo, é assim que haverá alegria no céu por um só pecador que se converta, mais do que por noventa e nove justos que não precisam de conversão.[1]

Parábola da moeda reencontrada. “Ou ainda, qual a mulher que, tendo dez moedas de prata e vindo a perder uma, não acende uma lâmpada, varre a casa e procura com cuidado até encontrá-la? E quando a encontrou, ela reúne as suas amigas e vizinhas e lhes diz: `Alegrai–vos comigo, pois reencontrei a moeda que tinha perdido!` É assim, eu vos digo, que há alegria entre os anjos de Deus por um só pecador que se converta”.[2]

Parábola do filho reencontrado. Ele disse ainda: “Um homem tinha dois filhos. O mais moço disse ao seu pai: `Pai, dá-me a parte de bens que me cabe`. E o pai fez para eles a partilha dos seus bens. Poucos dias depois, o filho mais moço, tendo juntado o dinheiro, partiu para uma região longínqua e aí dissipou os seus haveres numa vida desregrada. E quando acabou de gastar tudo, uma grande fome sobreveio naquela região, e ele começou a passar necessidades. Foi pôr-se a serviço de um dos cidadãos desse país, que o enviou para os seus campos a guardar porcos. Ele bem que gostaria de encher o ventre com as bolotas que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava. Então, caindo em si, disse a si mesmo: `Quantos operários de meu pai têm pão de sobra, enquanto eu, aqui, morro de fome! Vou ter com o meu pai e lhe direi: Pai, pequei contra o céu e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho. Trata-me como a um dos teus diaristas`. E foi ter com seu pai . Ainda estava longe, quando o pai o avistou e foi tomado de compaixão: correu, se lhe lançou ao pescoço e o cobriu de beijos. O filho lhe disse: `Pai, pequei contra o céu e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho…` Mas o pai disse aos seus servos: `Depressa, trazei a mais bela roupa e vesti-o; ponde–lhe um anel no dedo e sandálias nos pés. Trazei o bezerro cevado, matai-o, comamos e festejemos, pois este meu filho estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi reencontrado`.

“E eles se puseram a festejar. 25O filho mais velho estava nos campos. Quando, ao voltar, se aproximou da casa, ouviu músicas e danças. Chamando um dos servos, perguntou-lhe o que era aquilo. Este lhe disse: `É teu irmão que chegou, e teu pai matou o bezerro gordo por tê-lo visto voltar bem de saúde`. Então ele se encheu de cólera e não quis entrar. O pai saiu para pedir-lhe que entrasse; ele replicou ao seu pai : `Já faz tantos anos que eu te sirvo sem ter jamais desobedecido às tuas ordens e, a mim, nunca deste um cabrito sequer para festejar com meus amigos. Mas quando chegou esse teu filho, que devorou teus bens com prostitutas, mataste o bezerro gordo para ele!` Então o pai lhe disse: `Meu filho, tu estás sempre comigo e tudo o que é meu é teu. Mas era preciso festejar e alegrar-se porque este teu irmão tinha morrido, e está vivo; estava perdido, e foi reencontrado`.”[3]

Três estórias, uma única lição. Por que, então, dar três exemplos para ensinar a mesma coisa? Jesus sabia que entender a questão do amor de Deus pelo pecador era – e é – um tema muito difícil para o homem. Não de entender, mas de aceitar.

O bem perdido tinha grande valor para seu possuidor. Apesar da maioria tratar o termo `perdido` com desdém, em expressões como: fulano é um perdido! Jesus deixa claro que perdido era sinônimo de `querido`. Deus não oferece a salvação ao homem só para quebrar o galho do pecador. A Salvação de Deus começou quando Ele nos AMOU (cf. João 3:16)! A vida do homem é preciosa aos olhos de Deus.

Quando o objeto `querido` era recuperado ele ganhava um tratamento especial (vv. 5, 9, 20). O abraço na ovelha, a comemoração da noiva e o abraço do pai refletem a alegria de deus em receber o homem que se reconcilia com Ele. Deus não nos recebe na Sua família para zombar da nossa fragilidade. Ele nos resgata simplesmente porque nos quer junto dEle (cf. João 10:27-29).

A ovelha foi recolocada no rebanho. A dracma de volta às outras nove. E o filho à família. Deus não nos resgata para viver sozinhos – eu e Ele. Somos chamados para viver a comunhão em comunidade, servindo uns aos outros em amor. A comunidade dos ex-perdidos precisa se alegrar quando uma alma `querida` é resgatada. Infelizmente, gostamos de lamentar e murmurar. Acender uma candeia para procurar a dracma perdida não é só brilhar a Luz de Jesus, mas também fugir das trevas ofuscantes da indiferença, murmuração e flacidez de caráter. Jesus não enfatizou o caminho pelo qual o perdido trilhou antes de ser achado. Por que? Talvez porque Ele se importasse mais com o perdido.

Se o Senhor não atirou a primeira pedra, por que eu vou atirar?

Notas:

[1] Lucas 15:1-7 [2] Lucas 15: 8-11 [3] Lucas 15:9-32