Coréia ou Japão? Cefas ou Apolo?

Amigos, era o que faltava. Mais uma vez deu na CBN (você já percebeu que sou ouvinte assíduo dessa conceituada emissora, especialmente depois de receber a incumbência de manter esta coluna): esta semana a coisa pegou fogo entre a Coréia e o Japão por causa do NOME, isso mesmo, do NOME da Copa do Mundo de 2002. Inicialmente, a primeira Copa do 3o Milênio, a realizar-se naqueles países orientais, seria chamada de “Copa Coréia e Japão 2002”. O Japão protestou. Queria que fosse “Japão e Coréia 2002”. A FIFA concordou. Aí, quem chiou foi a Coréia. Então, os velhinhos da FIFA ficaram machos e disseram: “Tá bom, então não vai ser nem uma coisa nem outra. Esta Copa vai se chamar “Copa da FIFA 2002”. E ponto final. Aí, os dois reclamaram e não quiseram aceitar. Por enquanto, a celeuma está mantida. Se alguém souber o que foi decidido, por favor, avise a este colunista.

Nessa bagunça toda, pelo menos vi uma coisa boa: não são só os chamados “Irmãos” que arrumam confusão por causa de nome. Aliás, no quesito “confusão” nós já somos professores. Há 100 anos que essa discussão existe, nunca se resolveu (se é que alguma coisa precisa ser resolvida sobre isso) e pelo jeito vai continuar dando muito pano pra manga.

Há aqueles que queriam e alguns que ainda querem ser chamados de “Irmãos”. Outros preferem “irmãos”. Aí você diz: “Ué, mas não dá na mesma?” “Não, não. Tem que ser irmãos, com “i” minúsculo.

Há aqueles que preferem ser conhecidos como “Igreja Evangélica Casa de Oração”. Outros querem que seja só “Casa de Oração”. Para quê, ainda estamos por descobrir, já que o que menos se faz ali é oração. Quem sabe não poderíamos arriscar um “Casa de Pregação” ou ainda um mais ousado “Casa da Discussão”. Mas isso pode ficar para uma próxima geração. A atual está muito ocupada com o que considera a fascinante e ortodoxa dinâmica do “correr atrás do vento”.

Há aqueles que defendem a “teologia da parede branqueada”. Não põe nada, não escreve nada na parede. Só uma tintinha branca. Mas são confrontados por aqueles que acham que quem passa na rua não saberá o que existe ali dentro. E eu, que sou mais bobo, fico pensando: “Poxa, a que ponto chegamos. As pessoas só sabem que em um lugar se reúne uma igreja neo-testamentária porque está escrito na placa.” E se alguém resolver entrar para conferir? Não se correria o risco de uma reclamação no Procon por propaganda enganosa?

É claro que não poderia faltar uma menção àqueles que defendem que não tem que ter nome de espécie alguma. Somos apenas “igrejas de Deus”. Ou “Igrejas de Deus”. Ou apenas “Igrejas”. (quem sabe seriam “i”grejas?). Pressupõe-se então que, se somos as igrejas de Deus em uma localidade, as outras igrejas que ali estejam estabelecidas não são de Deus. Não são igrejas de verdade. Algumas vezes ao se referir a elas, alguns irmãos costumam colocá-las entre aspas, como que a dizer que são quando muito caricaturas de igrejas. Outras vezes são mais descarados. Falam em as verdadeiras igrejas (evidentemente referindo-se às que rezam por suas cartilhas) e em as “igrejas” (como se falsas fossem todas as outras).

Ao entramos nessa, repetimos a história que já acontecia em Corinto. Ali havia uma tremenda confusão por causa de nome. Uns eram de Paulo. Outros de Cefas. Outros de Apolo. Mas OH! GLÓRIA!!!! Havia aqueles que eram DE CRISTO. Bem, pelo menos era o que eles pensavam. Esses tais, além de fazerem e participarem das contendas, ainda achavam que Cristo estava do seu lado. Ao dizer “Sou de Cristo” queriam sugerir malignamente que os outros não eram. Os outros eram, a seu juízo, crentes de “segunda classe”, se é que aquela gentalha poderia ser chamada de crentes. Portanto, eles eram não somente DIVISIONISTAS, mas muito pior: eram DIVISIONISTAS EXCLUSIVISTAS. Cristo era exclusividade deles.

O único problema é que Deus não pensava desse jeito. Se já era uma derrota o haver divisão no corpo e a prática de denominar essas dissidências, passando, assim, a “andar segundo homens” (I Co 3:4), derrota ainda mais vergonhosa era a presunçosa tentativa de julgarem-se dignos do apoio do Senhor da Igreja à sua divisão em particular. Qual é o comentário do Espírito sobre isso? “Acaso Cristo está dividido?” (I Co 1:12,13) Ou seja, vocês realmente acreditam que Cristo está apoiando seu partido? Acreditam mesmo que quando os olhos do Senhor passam sobre a igreja eles faíscam de prazer por sua fidelidade e valor? Estão realmente convencidos de que além de vocês ninguém mais merece pertencer a Cristo? De que só vocês sabem como é que se serve a Deus?

Francamente, creio que Deus não sente prazer quando vê este sentimento. Sente vergonha.