Noite infeliz

Ainda é noite e talvez por isso não dê pra ver direito!

Talvez isso explique a letargia, a paralisia facial, a dor no peito…

O luar é belo, mas, fraco!

E encoberto pelas nuvens, fica difícil definir as sombras, atentar aos buracos…

A escuridão que abriga os amantes esconde os assassinos,

A madrugada que acorda os poetas, adormece os meninos.

A noite vive de sonhos e os pesadelos se tornam reais.

A noite é a mãe dos boêmios e o bicho papão dos pais.

Ainda é noite e talvez por isso, o silencio dos inocentes, a sonolência,…

Talvez seja por isso que as versões oficiais substituam a verdade, a transparência…

À noite, todo gato é pardo!

Talvez por isso minha irmã querida tenha sido assassinada pelo namorado!

À noite, sob a lua cheia, um lobisomem uiva pelas vielas, faminto por prazer!

Voltará, no entanto, a ser um “homem de bem” ao amanhecer.

É o tempo das trevas, são dias de medo e pavor!

E nos cantos escuros, a paixão lasciva substitui o amor.

Ainda é noite e tudo fica meio confuso, indefinido…

O pêndulo do relógio oscila entre a santidade e a libido.

Mas toda noite, sempre dá lugar à um novo dia, quando raia a luz!

E num raio de sol na fresta da minha janela um dia a noite dará lugar à vinda de Jesus.

Para ruminar vida afora:

“Esta porem é a vossa hora e o poder das trevas.” Lucas 22:53b