E o Oscar vai para…

Sabem quais são os filmes que eu acho mais legais? Aqueles que no final todo mundo se dá bem. Até o vilão se reconcilia com todos e muda completamente. Bem, para mim esses filmes são legais. Eles não são necessariamente bons artisticamente falando, mas são legais. É que filmes bons (artisticamente falando) costumam trazer um mau final. Heróis derrotados no final, vilões que foram presos conseguindo fugir na última cena, causando arrepios em quem o viu aprontar no filme todo, enfim, lágrimas e angústia no final de tudo. Dá pra entender isso. Nada como uma boa tragédia para render aplausos e uma boa bilheteria. Os seres humanos são estranhos mesmo. Já era assim com as tragédias escritas e encenadas pelos gregos na Grécia antiga.

Agora pense bem. Se fossem fazer o filme de sua vida, você gostaria que fosse um filme legal, ou um filme bom (artisticamente falando) com um final devidamente trágico? Mesmo sem conhecer você, deixe-me arriscar com minha escolha que talvez seja a sua também.

Eu iria preferir que o filme de minha vida fosse… Tcharammm!!! Legal. É isso mesmo. Um desses filmes que os críticos especializados em cinema acham bobo. Uma historinha repetitiva com um final bem manjado. Queria que todas as situações difíceis fossem resolvidas no final. E que os maus da história se arrependessem completamente de tudo que fizeram e todos fossem
felizes para sempre.

Na verdade, sempre imaginei nossas vidas como um filme em que nós o transformamos em tragédia quando assumimos a direção, mas que pode transformar-se em um belo filme de arte e também, é claro, em um filme legal, quando Deus assume a direção. Isso mesmo. Um filme gostoso de participar como coadjuvante, fazendo o artista principal que é Jesus estar à frente de todas as cenas. Um filme que, apesar de já sabermos do final feliz, traz cenas de emoção, suspense, ação, romance e principalmente grandes lições de vida.

Sei que um dia todos estaremos revendo as nossas trajetórias diante do Senhor. Então cada cena será revista por Ele. Poderemos nos alegrar em cada uma daquelas em que Ele se destacou e sentirmos uma profunda paz ao percebermos finalmente como era segura sua direção em nossas vidas. Felizes, receberemos o Oscar da vida (ou melhor, a coroa da vida), mas humildemente entregaremos ao diretor, produtor e principal estrela do nosso filme. A Ele toda honra e toda glória. Afinal sem Ele nenhum final poderia ser tão feliz.

por João Eduardo Cruz