Somente um detalhe

Vivemos a era das imagens. Nunca o homem usou tanto o sentido da visão para se comunicar. Estamos tão voltados para a grandiosidade das coisas, atentos e envoltos aos volumes e proporções macrocósmicas do mundo, que não nos damos conta de que a fantástica dança da vida surge a partir de um universo muitas vezes não contemplado, mas tão próximo de nós! Um espetáculo dirigido por uma força universal, onde pequenas regras e funções regem o grande milagre da existência.

São nas mínimas coisas do mundo que não chegam aos nossos olhos que estão os pequenos fenômenos naturais. A magnitude da vida é formada por conjuntos de fatores que se juntam, pequenos universos que coexistem e fazem girar a grande engrenagem que mantém o equilíbrio do universo.

E são destas unidades mínimas e tão organizadas que é formada a grande máquina humana. Por isso, lidar com tão engenhosa “máquina” produz em nós a ânsia da descoberta do mistério contido na harmonia entre tantos compostos, matérias e substâncias que se unem na construção da mais bem acabada obra de Deus.

Diante de tamanha perfeição, olhamo-nos para dentro de nós e encontramos a maior força do universo, a força que abrange toda criação de Deus. Um poder que é “micro” e não “macro” como as coisas que somos capazes de ver, mas, que é infinitamente maior em poder e força, e nos impulsiona a viver cada dia.

Abram alas para o menor espetáculo da Terra! Penetrar nesse admirável mundo mágico, amplia a visão do universo microcósmico de importância vital para a manutenção do equilíbrio no planeta. Ao adentrarmos nesta nova dimensão, uma gota de água vira um grande oceano, que nos revela a vida que nasce no mundo submerso. No microuniverso da Terra, uma pequena pedra se torna uma montanha. Ervas rasteiras, grandes florestas. Um pequeno reino onde um grandioso número de certos insetos executa o maravilhoso balé da fecundidade dançado aos sons da natureza, voa por entre as flores furtando-lhes o pólen e espalha os minúsculos pedaços de vida, futuras sementes que irão germinar no sêmen do solo. Um grande espetáculo que acontece a todo o momento debaixo dos nossos olhos!

Desta percepção natural, abrimos a mente para construir máquinas e invenções que simulam e reproduzem os seres naturais. Pequenas engrenagens que tornam possível o sonho de alcançar dimensões impensadas, desbravar os céus e mares na tentativa de vencer e compreender nossa pequenez diante da imensidão do cosmos. Dividimos o indivisível. Transformamos matéria em energia. Fragmentamos o tempo, mas nunca o dominamos. O relógio biológico não pára e a vida segue. Os olhos não vêem, mas o coração sente.

E se a alma não é pequena, tudo vale a pena! Lutamos pela vida em batalhas contra microorganismos nocivos. Lembramos que a vida consome vida. É a grande certeza que temos: do pó viemos e ao pó retornaremos. Do invisível fomos criados e invisíveis novamente seremos. Se olharmos com atenção os ciclos vitais e permitirmo-nos enxergar com os olhos da alma, alcançaremos a grande verdade: no universo, cada parte está no todo e o todo está em cada parte. Por menor que seja ou pareça ser. Por isso devemos lutar e nunca desanimar e nem desistir. Somos um milagre em pessoa, e tudo ao nosso redor ecoa o incrível som deste milagre. A vitória torna-se uma conseqüência e viver torna-se uma arte. “Do nascimento do sol até ao ocaso, louvado seja o nome do SENHOR”. “Graças te dou, visto que por modo assombrosamente maravilhoso me formaste; as tuas obras são admiráveis, e a minha alma o sabe muito bem”. (Sl 113:3; 139:14).