Somos dotados por Deus de uma capacidade extraordinária: a capacidade de sentir. Estamos sujeitos à dor todos os dias, sujeitos ao toque, ao tato. Sentir é tão importante que de todos os cinco sentidos, apenas o tato não pode ser exterminado. Podemos deixar de ver completamente, deixar de ouvir completamente, podemos deixar de sentir cheiro ou gosto completamente, mas não podemos deixar de sentir completamente. Mesmo aquele que por alguma patologia perde o tato parcialmente é capaz de sentir. Somente sentir envolve todo o corpo.
Porém, sentir é mais do que tocar, é ser tocado, mesmo sem o contato físico. O sentir que brota de dentro para fora, que é tão confuso às vezes. Sentimos como se reagíssemos a alguma coisa. E, na verdade, reagimos mesmo. Reagimos ao filme, seja com lágrimas ou sorrisos; reagimos ao que ouvimos e ao que vemos. Sentimos e então reagimos com nosso sentimento. Quão graciosa é a capacidade que temos de sentir! Louvado seja Deus por isso!
Algumas vezes deixamos de sentir coisas que deveríamos sentir. Com relação à nossa nova vida, existe uma infinidade de sentimentos que deveriam fazer parte constante de nosso viver. Mas, não estamos sentindo. O que está acontecendo? Já não bastavam os cegos e surdos espirituais? Agora uma outra deficiência tem molestado os crentes. Não sei como poderia chamá-la, insensibilidade, talvez seja o que mais se aproxima.
Somos peritos em enxergar, somos águias espirituais; também ouvimos como ninguém, mas, quando se trata de sentir, somos deficientes. Não sentimos compaixão, não sentimos amor, não sentimos vontade de perdoar e nem de compartilhar. Não sentimos vontade de dar, não sentimos vontade de ser crentes. Nem mesmo vergonha de nosso estado nós sentimos.
Choramos com um caso de novela, mas não choramos pelas almas que se perdem. Sorrimos com as novas posses que conquistamos, mas não temos posses espirituais para sorrir. “Ninguém me ama”, exclamamos, porém não demonstramos amor a ninguém. E assim enterramos a maravilhosa capacidade que temos de sentir. Já não nos incomoda ver alguém arranhado e açoitado pela miséria da vida, entretanto, reagimos furiosos com aquele que ousa recostar sobre nosso carro.
É-nos necessário resgatar os sentimentos de Cristo. “Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus” (Flipenses 2:5). A Igreja precisa disso, os perdidos precisam, nós precisamos.
Convido a você, meu(minha) irmão(ã), a sentirmos mais. Ao ler essas linhas, reflita que sentimentos têm tomado sua vida? Tem sido um deficiente insensível? O que você precisa fazer para mudar isso? Quando pretende iniciar a mudança? Olhe para o seu lado, dê um sorriso fraternal para a pessoa que está próxima a você. Demonstre seu amor. Tem um irmão precisando de uma visita sua, faça essa visita hoje. Comece mudando agora. Tenha em você os sentimentos de Cristo. Sentir envolve todo o corpo. Alguém precisa de seus ouvidos, alguém precisa de seus olhos, um outro alguém precisa do seu ombro. Sinta!
“Tende o mesmo sentimento uns para com os outros; em lugar de serdes orgulhosos, condescendei com o que é humilde” (Romanos 12:16).
