Max Lucado

Um coração como o dEle (2)

“E vos renoveis no espírito do vosso sentido, e vos revistais do novo homem, que, segundo Deus, é criado em verdadeira justiça e santidade” (Ef 4.23,24).

Deus deseja que você seja assim como Jesus. Ele quer que você tenha um coração como o dEle.

Vou me arriscar a dizer algo. É perigoso resumir grandes verdades em apenas uma afirmação, mas vou tentar. Se uma sentença ou duas pudessem captar o desejo de Deus para cada um de nós, seria mais ou menos assim:

Deus o ama como você é, mas se recusa a deixá-lo desse jeito. Ele quer que você seja simplesmente como Jesus.

Deus o ama como você é. Se pensa que seu amor por você seria maior se sua fé também fosse, não é verdade. Se acha que seu amor seria mais profundo se seus pensamentos também fossem assim, novo erro. Não confunda o amor de Deus com o amor humano. O amor humano sempre aumenta com o desempenho do outro e diminui com os erros. Isso não acontece com o amor de Deus. Ele o ama exatamente como você é. Citando o autor favorito de minha esposa:

O amor de Deus nunca cessa. Nunca. Mesmo que o rejeitemos, ignoremos, desprezemos ou lhe desobedeçamos. Ele não muda. Nosso mal não diminui seu amor. Nossa bondade não pode aumentá-lo. Nossa fé não pode conquistá-lo tanto quanto nossa estupidez pode comprometê-lo. Deus não nos amará menos se falharmos ou formos bem-sucedidos. O amor de Deus nunca cessa.

Deus o ama como você é, mais se recusa deixá-lo como está.

Quando minha filha Jenna era criança, eu costumava levá-la a um parque não muito longe de nosso apartamento. Certo dia, quando ela brincava em um quadrado de areia, um sorveteiro aproximou-se de nós. Eu comprei um sorvete para ela, então, quando me virei para entregar-lhe, vi que sua boca estava cheia de areia. Ela encheu de sujeira um local que eu planejava adoçar.

Será que eu a amava mesmo com a boca suja? Absolutamente. Ela deixou de ser minha filha por estar com sujeira em sua boca? É claro que não. Iria eu permitir que ela ficasse com aquela sujeira em sua boca? Por quê? Porque eu a amo.

Deus faz o mesmo por nós. Ele nos segura sobre a fonte de águas limpas. “Cuspa a sujeira, querida”, adverte nosso Pai. “Tenho algo melhor para você”. Então Ele nos limpa de nossa sujeira: imoralidade, desonestidade, preconceitos, amargura, ganância. Nós não gostamos da limpeza; algumas vezes até optamos pela sujeira ao invés do sorvete. “Posso comer sujeira se quiser!”, afirmamos e proclamamos. É verdade – podemos. Mas só temos a perder. Deus tem uma oferta melhor. Ele quer que sejamos simplesmente como Jesus.

Essa não é uma boa notícia? Você não está fadado à realidade presente. Não está condenado a ser um resmungão. Mesmo com preocupações diárias, você não precisa andar preocupado pelo resto da vida. E se for uma pessoa intolerante? Não precisa achar que vai morrer desse jeito.

De onde veio a idéia de que não pode mudar? De onde provêm afirmações tais como: “Minha natureza é ser uma pessoa preocupada” ou “Sempre serei pessimista. Eu sou assim mesmo” ou “Meu temperamento é ruim. Não consigo controlar minhas reações”? Quem disse? Será que faríamos as mesmas afirmações quanto a nossos corpos? “Faz parte de minha natureza ter uma perna quebrada. Não posso fazer nada a respeito”. Certamente que não. Procuramos ajuda quando nossos corpos funcionam mal. Não deveríamos fazer o mesmo com nossos corações? Não deveríamos buscar ajuda para nossas atitudes amargas? Não podemos requerer tratamento para nossas tiradas egoístas? Certamente que podemos. Jesus pode mudar nossos corações. Ele deseja que tenhamos um coração como o seu.

Dá para imaginar uma oferta melhor?

Traduzido por Cynthia Rosa de Andrade Marques
Texto original extraído com permissão do site www.maxlucado.com

Volte para casa

A casa pequenina era simples, mas adequada. Consistia de um único cômodo grande e localizava-se em uma rua de terra. Sua cobertura de telhas vermelhas era igual à de várias outras de um bairro pobre na periferia de uma cidade brasileira. Era uma casa confortável. Maria e sua filha, Cristina, haviam feito o que podiam para dar um toque colorido às paredes cinzas e um ar de limpeza ao chão duro e empoeirado: um antigo calendário, uma fotografia desbotada de um parente, um crucifixo de madeira. A mobília era modesta: duas camas toscas, uma pia para lavar o rosto e um fogão de lenha.

O marido de Maria morreu quando Cristina ainda era bebê. A jovem mãe, que se recusou obstinadamente a casar-se novamente, conseguiu um emprego para poder criar a filha pequena. E agora, quinze anos depois, o pior já havia passado. Embora o salário de Maria como empregada doméstica não lhe permitisse comprar uma ou outra futilidade, era suficiente para propiciar alimentos e roupas a ela e à filha. Agora, porém, Cristina já tinha idade para conseguir um emprego e ajudar a mãe.

Algumas pessoas diziam que Cristina herdara o espírito de independência da mãe. Ela resistia à idéia tradicional de casar-se jovem e de constituir família. Não porque fosse incapaz de conseguir um marido. Sua pele morena e olhos castanhos atraíam um grande número de admiradores à sua porta. Ela possuía um jeito todo especial de jogar a cabeça para trás e contagiava a todos com suas gargalhadas. Possuía também aquela certa magia, inerente a poucas mulheres, que fazem os homens se sentirem reis só por estarem perto delas. Mas era aquele ar de curiosidade que mantinha os rapazes ao alcance de sua mão.

Ela dizia sempre que queria conhecer uma cidade grande. Sonhava em trocar seu vilarejo pobre e empoeirado pela vida exuberante da cidade. Aquela idéia deixava sua mãe horrorizada. Maria sempre mencionava a Cristina as dificuldades de se morar em uma cidade grande.

“Lá, você vai ser uma desconhecida. Os empregos são difíceis de conseguir, e a vida é cruel. Além disso, se você for morar lá, o que vai fazer para ganhar a vida?”

Maria sabia exatamente o que Cristina faria ou teria de fazer para ganhar a vida. Foi por isso que ficou com o coração apertado quando acordou certa manhã e viu a cama da filha vazia. Imediatamente entendeu que Cristina havia partido. E imediatamente decidiu o que deveria fazer para encontrá-la. Colocou algumas roupas em uma sacola, pegou todo dinheiro que possuía e deixou sua casa para trás.

A caminho do ponto de ônibus, ela decidiu fazer uma última coisa: tirar uma fotografia. Entrou em um pequenos estúdio, fechou as cortinhas e gastou tudo o que podia em fotografias. Com a bolsa cheia de pequenos retratos em branco e preto, ela entrou no ônibus com destino ao Rio de Janeiro.

Maria sabia que Cristina não tinha meios de ganhar dinheiro. Sabia também que a filha era teimosa demais para desistir. Quando o orgulho se choca com a fome, o ser humano é capaz de fazer coisas antes inconcebíveis. Sabendo disso, Maria começou suas buscas. Bares, hotéis, boates, qualquer canto que abrigasse pessoas de rua ou prostitutas. Percorreu todos esses lugares e, em cada um, deixava uma foto sua – pendurada em espelhos de banheiro, pregada em quadro de avisos de hotéis, presa em cabines telefônicas. E, no verso de cada foto, ela escreveu um bilhete.

Pouco tempo depois, o dinheiro e as fotografias acabaram, e Maria teve de voltar para casa. Vencida pelo cansaço, ela chorou quando o ônibus começou a longa viagem de volta para seu vilarejo.

Algumas semanas depois, Cristina estava descendo a escada de um hotel. Seu rosto jovem tinha um ar de cansado. Seus olhos castanhos não mais brilhavam com a euforia da juventude. Só estampavam sofrimento e medo. As gargalhadas desapareceram. Os sonhos transformaram-se em pesadelo. Como seria bom, ela pensara milhares de vezes, trocar aquele grande número de camas pela segurança de seu leito aconchegante. Porém, em vários sentidos, o seu vilarejo estava longe demais. Quando ela chegou ao pé da escada, seus olhos avistaram um rosto conhecido. Ela olhou mais uma vez, e lá estava, no espelho do saguão, uma pequena fotografia de sua mãe. Os olhos de Cristina começaram a arder, e ela sentiu um aperto na garganta enquanto atravessava o saguão e pegava a foto. No verso estava escrito esse convite irrecusável: “Não importa o que você fez, não importa em que você se transformou. Por favor, volte pra casa.”

Ela voltou.

Traduzido por Cynthia Rosa de Andrade Marques
Texto original extraído com permissão do site www.maxlucado.com

Não se deixe levar!

“… Pedro os seguia de longe…” Lucas 22:54

Pedro era esperto. Ele ficou longe de Jesus.
“Ficarei perto o bastante para vê-lo”, raciocinou.
“Mas não perto demais, pois talvez me vejam”.

Pedro sabia raciocinar.
Não se envolva demais – pode machucar-se.
Não seja leal demais – talvez fique marcado.
Não mostre demasiado interesse – eles vão crucificá-lo também.

Precisamos de mais homens como você, Pedro.
Homens que mantenham a religião em seu lugar.
Homens que não agitem a água.
Homens que se deixem envolver pela mediocridade.

Esse é o tipo de homem que Deus precisa, com certeza.
Os que sabem”ficar de longe”:
“Vou pagar o que devo e virei uma vez por semana; bem…você pode deixar-se levar”.

Você pode mesmo deixar-se levar.
Colina acima
Até a cruz
E ser morto.

Pedro aprendeu uma lição naquele dia – uma lição dura.
É melhor jamais seguir Jesus, do que seguí-lo e depois negá-lo.

Guarde estas palavras:
Siga à distância e você negará o Mestre.
Ponto final.
Você não vai morrer por um homem em que não pode tocar. Ponto. Mas fique perto dele, em sua sombra…
E irá morrer com ele. Alegremente.

Traduzido por Cynthia Rosa de Andrade Marques
Texto original extraído com permissão do site www.maxlucado.com

Um coração como o dEle (3)

O CORAÇÃO DE CRISTO

O coração de Jesus era puro. O Salvador era adorado por milhares de pessoas, mas ainda assim contentava-se com uma vida simples. Ele recebeu o cuidado de mulheres (Lc 8.1-3) e nunca foi acusado de ter pensamentos impuros; foi desprezado por aqueles que criara, mas mostrou-se disposto a perdoá-los antes mesmo que clamassem por misericórdia. Pedro, que viajou com Jesus durante três anos e meio, descreveu-o como “um cordeiro imaculado e incontaminado” (1 Pe 1.19). Após sua convivência com Jesus, João concluiu: “e nele não há pecado” (1 Jo 3.5).

Jesus possuía um coração sereno. Os discípulos inquietavam-se sobre a necessidade de alimentar a muitos, mas Jesus não. Ele agradeceu a Deus pelo problema. Os discípulos gritaram de medo durante a tempestade, Jesus não. Ele dormiu o tempo todo. Pedro puxou sua espada para lutar com os soldados, mas Jesus não. Ele levantou sua mão para curar. Seu coração estava em paz. Quando seus discípulos o abandonaram, Ele ficou amuado e quis voltar para casa? Quando Pedro o negou, Jesus perdeu a paciência? Quando os soldados cuspiram em sua face, soprou fogo neles? Nem pensar! Ele estava em paz. Ele os perdoou. Recusou-se a ser guiado pela vingança.

Também recusou-se a ser dirigido por qualquer outra coisa que não fosse seu chamado supremo. Havia um propósito em seu coração. A maioria das pessoas nada almejam em particular e é só isso que conseguem. Jesus possuía um único objetivo: salvar a humanidade dos seus pecados. Ele poderia resumir sua vida em uma única sentença: “Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o que se havia perdido” (Lc 19.10). Jesus estava tão concentrado em sua missão que soube quando dizer “Ainda não é chegada a minha hora” (Jo 2.4) e também “Está consumado” (Jo 19.30). Mas ele não estava concentrado a ponto de se tornar inconveniente.

Ao contrário, como eram agradáveis seus pensamentos! As crianças não podiam resisitr a Jesus. Ele encontrava beleza nos lírios, alegria na adoração e possibilidades nos problemas. Ele passava dias entre multidões de pessoas enfermas e ainda sentia pena delas. Ele passou mais de três décadas entre a sujeira e o lamaçal de nossos pecados e ainda assim enxergou beleza em nós a ponto de morrer por nossas transgressões.

Porém, o maior atributo de Jesus era este: seu coração era espiritual. Seus pensamentos refletiam um relacionamento íntimo com o Pai. “Crede-me que estou no Pai, e o Pai, em mim”, afirmou Ele (Jo 14.11). Seu primeiro sermão tem início com as palavras “O Espírito do Senhor é sobre mim” (Lc 4.18). Ele foi “conduzido pelo Espírito” (Mt 4.1) e “cheio do Espírito Santo” (Lc 4.14). Ele retornou do deserto “pela virtude do Espírito” (Lc 4.14).

Jesus recebeu suas instruções de Deus. Ele tinha o hábito de adorar (Lc 4.16). Era sua prática memorizar as Escrituras (Lc 4.4). Lucas diz que Jesus “retirava-se para os desertos e ali orava” (Lc 5.16). Seus momentos de oração o orientavam. Certa vez, ao retornar de um período de oração, Ele anunciou que era tempo de ir para outra cidade (Mc 1.38). Outro momento de oração resultou na escolha dos discípulos (Lc 6.12,13). Jesus era guiado por uma mão invisível. “Porque tudo quanto Ele (Deus) faz, o Filho o faz igualmente” (Jo 5.19). No mesmo capítulo, Ele afirma: “Eu não posso de mim mesmo fazer coisa alguma; como ouço, assim julgo” (Jo 5.30).

O coração de Jesus era espiritual.

Traduzido por Cynthia Rosa de Andrade Marques
Texto original extraído com permissão do site www.maxlucado.com

Servido pelo Comandate Supremo (2)

Eu avisei que se tratava de uma história maluca. Esse tipo de situação não acontece… ou acontece?

Acontece para quem vê. Para aqueles que estão atentos, acontece todas as semanas. Em salões de banquetes no mundo inteiro o comandante supremo presta homenagem aos comandados. Lá estão eles – pessoas comuns que trabalham em cozinhas ou em outros lugares simples, sentados à mesa do chefe.

Convidados de honra. VIPs. Hospedados e servidos pelo dono da História.

“Este é o meu corpo”, ele diz ao partir o pão.

E você pensava que se tratava de um ritual. Pensava que se tratava apenas de uma tradição. Pensava que se tratava de uma comemoração a algo que foi feito naquela época. Pensava que se tratava da reencenação de uma refeição de Jesus com seus discípulos.

Trata-se de muito mais.

Trata-se de uma refeição que ele participa com você.

Quando eu era menino, fazia parte de um grupo da igreja que levava a comunhão aos presos e hospitalizados. Visitávamos os crentes que não podiam comparecer à igreja mas desejavam orar e participar da comunhão.

Eu devia ter dez ou onze anos quando fomos a um quarto de hospital onde se encontrava um senhor idoso muito debilitado. Ele estava dormindo, e tentamos acordá-lo. Não conseguimos. Movimentamos seu corpo, falamos com ele, batemos de leve em seu ombro, mas não conseguimos nada.

Não queríamos sair dali sem cumprir nossa missão, mas não sabíamos o que fazer.

Um dos meninos do grupo observou que aquele senhor estava dormindo de boca aberta. Por que não? dissemos. Oramos e colocamos um pedaço de pão em sua lingua. Em seguida oramos novamente e despejamos um pouco de suco de uva em sua boca.

Ele nem acordou.

Acontece o mesmo com muitas pessoas hoje em dia. Para alguns, a comunhão é uma hora sonolenta durante a qual come-se o pão e toma-se o vinho, mas a alma não reage. A comunhão nunca teve esse propósito.

Teve o propósito de ser um convite do tipo “não consigo acreditar, alguém me dê um beliscão porque devo estar sonhando” – sentar à mesa do Senhor e ser servido pelo próprio Rei.

Quando lemos o relato de Mateus sobre a Santa Ceia, uma verdade extraordinária vem à tona. Jesus cuidou de tudo. Foi Jesus quem escolheu o lugar, marcou o horário e organizou a refeição. “O meu tempo está próximo; em tua casa celebrarei a Páscoa com os meus discípulos.”

E na Santa Ceia, Jesus não é o convidado, mas o anfitrião. “E [Jesus] o deu aos seus discípulos.” O sujeito da oração é a mensagem do evento: “ele tomou… ele abençoou… ele partiu… ele deu…”

E na Santa Ceia, Jesus não é o servido, mas o servo. É Jesus quem, durante a Santa Ceia, traja-se como servo e lava os pés dos discípulos.

Jesus é quem mais trabalha à mesa. Jesus não é retratado como aquele que se recosta e recebe, mas aquele que permanece em pé e serve.

Ele ainda faz isso. A Santa Ceia do Senhor é uma dádiva para você. A Santa Ceia do Senhor é um sacramento, não um sacrifício.

Geralmente pensamos na Santa Ceia como se fosse uma representação teatral, uma ocasião em que estamos no palco e Deus na platéia. Uma cerimônia na qual trabalhamos enquanto ele observa. Não foi esse o seu propósito. Se tivesse sido, Jesus teria tomado assento à mesa e descansado.

Não foi o que ele fez. Ao contrário, ele cumpriu seu papel como rabino, orientando os discípulos ao longo da Páscoa. Cumpriu seu papel como servo lavando os pés dos discípulos. E cumpriu seu papel como Salvador perdoando os seus pecados.

Ele estava no comando da situação. Ele estava no centro do palco. Ele estava na retaguarda naquele momento.

E ainda está.

É à mesa do Senhor que você se senta. É a Santa Ceia do Senhor que você come. Assim como Jesus orou por seus discípulos, ele também suplica a Deus por nós. Quando você recebe um convite para se sentar à mesa, a carta pode ter sido entregue por um mensageiro, mas foi Jesus quem a escreveu.

É um convite santificado. Um sacramento convidando-o a abandonar os afazeres da vida e entrar no esplendor de sua glória.

Ele o convida a se sentar à mesa.

E quando o pão é partido, é Cristo quem o parte. Quando o vinho é despejado, é Cristo quem o despeja. E quando seus sofrimentos são aliviados, é porque o Rei trajando avental está por perto.

Pense nisso na próxima vez que participar da Santa Ceia.

Uma última palavra.

O que acontece na terra é apenas uma pequena amostra do que acontecerá no céu. Portanto, na próxima vez em que o mensageiro lhe trouxer o convite, abandone tudo e vá. Seja abençoado e alimentado e, mais importante ainda, tenha a certeza de ainda estar comendo à sua mesa quando ele vier nos buscar.

Traduzido por Cynthia Rosa de Andrade Marques
Texto original extraído com permissão do site www.maxlucado.com

Misericórdia e não sacrifício

Mateus 9:13

Eu disse: “Senhor, quero agora ser seu e não meu. Dou-lhe então meu dinheiro, meu carro – até mesmo minha casa”.

Então, complacente e satisfeito, descansei com um sorriso, sussurrando a Deus: “Aposto como faz tempo que alguém deu tanto – tão voluntariamente!”. Sua resposta surpreendeu-me.

Ele replicou:

    “Não é assim, na verdade”.

    “Nenhum dia passou desde o princípio dos tempos sem que alguém tivesse oferecido magros níqueis e centavos, altares e cruzes de ouro, contribuições e penitências, monumentos de pedra e torres. Mas, por que não arrependimento?”

    “O dinheiro, as estátuas, as catedrais que construíram,
    Pensam realmente que preciso de suas ofertas culpas?
    De que vale o dinheiro quando serve apenas para aliviar a consciência torpe que tantos possuem?”

    “Seus lábios não conhecem orações. Seus olhos não abrigam sentimentos de compaixão.
    Mas vocês vão à igreja (quando isso é moda)”.

    “Dê-me apenas uma lágrima – um coração pronto para ser moldado.
    E lhe darei uma missão – uma mensagem tão ousada – que um incêndio será ateado,
    Onde antes tudo estava morto.
    E seu coração arderá em chamas, abrasado pelo espírito
    De minha existência”.

Enfiei as mãos nos bolsos e chutei o pó do chão. É difícil ser corrigido (acho que meus sentimentos foram feridos). Mas valeu a pena para compreender a idéia.

Traduzido por Cynthia Rosa de Andrade Marques
Texto original extraído com permissão do site www.maxlucado.com

Um coração como o dEle (4)

O CORAÇÃO DA HUMANIDADE

Nossos corações parecem tão distantes do dEle. Ele é puro; somos gananciosos. Ele é pacificador; somos conteciosos. Ele tem um propósito; nós somos ditraídos. Ele é agradável; somos irritantes. Ele é espiritual; somos materialistas. A distância entre os nossos corações e o dEle parece imensa. Como podemos anelar ter o coração de Jesus?

Pronto para a surpresa? Você já tem. Você já possui o coração de Cristo. Por que está me olhando dessa forma? Eu mentiria pra você? Se alguém está em Cristo, já possui o coração de Cristo. Uma das maiores, porém desapercebidas, promessas de Cristo é esta: se você entrega sua vida a Jesus, Ele entrega-se a si mesmo por você. Ele faz de seu coração a sua própria casa. Seria difícil ser mais suscinto do que Paulo: “Cristo vive em mim” (Gl 2.20).

Mesmo correndo o risco de ser repetitivo, permita-me sê-lo. Se você já entregou sua vida a Jesus, Jesus já habita em você. Ele já se mudou, desfez suas malas e está pronto para transformá-lo “de glória em glória, na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor” (2 Co 3.18). Paulo explica isso com estas palavras: “Mas, por estranho que pareça, nós, cristãos, possuímos efetivamente dentro de nós uma parcela dos próprios pensamentos e da mente de Cristo” (1 Co 2.16, A Bíblia Viva).

Estranho é a palavra! Se eu tenho a mente de Cristo, por que ainda penso tão como eu? Se tenho o coração de Cristo, por que ainda carrego as dificuldades de Max? Se Jesus habita em mim, por que ainda detesto os congestionamentos?

Parte da resposta é ilustrada em uma história sobre uma senhora que possuía uma pequena casa no litoral da Irlanda na virada o século. Ela era rica, porém econômica. Então as pessoas ficaram surpresas quando ela decidiu estar entre os primeiros que teriam eletricidade em sua casa.

Várias semanas após a instalação, um leitor de medição apareceu à porta. Ele perguntou se a eletricidade estava funcionando bem e ela respondeu que sim. “Estou intrigado, e gostaria que a senhora me explicasse uma coisa”, disse ele. “Seu medidor demonstra que a senhora quase não utiliza a eletricidade!”

“Certamente”, responde ela. “Todos os dias, quando o sol se põe, ligo minhas luzes tempo suficiente para acender meus candelabros; então as desligo”.

Ela possui eletricidade mas não a utiliza. Sua casa está conectada, porém permanece inalterada. Será que não cometemos o mesmo erro? Nós também – salvos, embora com o mesmo coração – estamos conectados, porém permanecemos inalterados. Confiando em Cristo para a salvação, mas resistindo à transformação. Nós ocasionalmente ligamos o interruptor, entretanto, na maior parte do tempo, optamos pelas sombras.

O que aconteceria se deixássemos as luzes ligadas? O que aconteceria se não apenas ligássemos a luz mas vivêssemos na luz? Que mudanças ocorreriam caso persistíssemos na tarefa de descansar no esplendor de Cristo?

Não duvide: Cristo possui planos ambiciosos para nós. O mesmo que salvou sua alma anseia remodelar seu coração. Seu plano é nada menos do que uma total transformação: “… para serem conforme a imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos” (Rm 8.29).

“… e vos vestistes de novo, que se renova para o conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou” (Cl 3.10).

Deus está pronto a moldar-nos à semelhança do Salvador. Devemos aceitar sua oferta? Eis minha sugestão. Vamos imaginar o que significa ser simplesmente como Jesus. Vamos nos aprofundar no coração de Cristo. Vamos passar alguns momentos considerando sua compaixão, refletindo sobre sua intimidade com o Pai, admirando seu foco central, ponderando acerca de sua paciência. Como Ele perdoou? Quando Ele orou? O que o fez tão agradável? Por que Ele não desisitiu? Precisamos estar “olhando para Jesus” (Hb 12.2). Talvez, ao vê-lo, possamos perceber em que podemos nos tornar.

Traduzido por Cynthia Rosa de Andrade Marques
Texto original extraído com permissão do site www.maxlucado.com

Servido pelo Comandate Supremo (1)

“Em verdade vos afirmo que ele há de cingir-se, dar-lhes lugar à mesa e, aprosimando-se, os servirá” Lucas 12:37.

Suponhamos que algo totalmente maluco tenha acontecido. Suponhamos que você tenha sido convidado para um jantar com o presidente da República.

Você está empilhando pratos na cozinha do restaurante onde trabalha no período noturno quando um mensageiro bate na porta dos fundos.

– O proprietário só estará aqui amanhã, você lhe diz.
– Não estou à procura do proprietário, quero falar com você.
– O quê?
– Trabalho na Casa Branca –, o que explica o que explica o terno escuro e a maleta.
– Verdade? – Você o examina enquanto ele abre a maleta.
– Vim entregar-lhe esta carta.

Uma parte de você pensa que fez algo errado. A outra parte imagina que talvez seja uma peça pregada por seu primo Alfred por causa da cebola podre esquecida no carro dele. E no todo, você pondera que esse sujeito está enganado.

Mas enxuga as mãos no avental e pega a carta. É uma carta pessoal. Há um emblema no envelope endereçado a você, não datilografado, mas manuscrito.

O papel é de excelente qualidade, o que descarta a possibilidade de ser uma peça do primo Alfred; ele não teria dinheiro para isso. Também não pode ser uma conta a pagar, porque os credores não agem de modo tão elegante. Você abre a carta e, após algumas formalidades, constata que foi enviada pelo presidente da República.

Levanta os olhos para o mensageiro e ele está sorrindo como se essa fosse a melhor parte de seu trabalho.

Você olha ao redor da cozinha procurando alguém par mostrar a carta, mas não há ninguém. Pensa em correr para o restaurante e mostrá-la à Alma, a gorçonete, mas não consegue porque está muito curioso para saber do que se trata. Resolve então ler a carta.

Trata-se de um convite – um convite para um jantar. Um jantar oficial. Um jantar oferecido em sua homenagem. Um jantar dedicado a você.

Sua ex-mulher lhe ofereceu um jantar de surpresa no primeiro ano de casamento, mas exceto essa ocasião você não se lembra de alguém mais ter-lhe oferecido um jantar. Nem seus filhos. Nem os visinhos. Nem seu patrão… nem você sabe se algum dia ofereceu um jantar em homenagem a si mesmo.

E agora recebe um convite do comandante-em-chefe.

– Qual é a brincadeira? – você pergunta.
– Não se trata de uma brincadeira, apenas um convite para você comparecer à Casa Branca. Posso saber sua resposta para transmiti-la ao presidente?
– O que?
– Posso saber sua resposta para transmiti-la ao presidente? Você aceita o convite?
– Bem, é cla-cla-claro. Adoraria ir.

Você vai. Na data marcada, coloca sua melhor roupa e dirige-se à Avenida Pensilvânia. Ao chegar ao edifício é recebido por alguns seguranças de roupa preta que o encaminham para dentro. Em seguida, o maître assume o comando. Seus passos ecoam enquanto você acompanha aquele homem vestido de smoking por um enorme corredor cujas paredes estão repletas de fotografias de ex-presidentes.

No final do corredor vê-se o salão de banquetes. No centro do salão há uma mesa ampla, e no centro da mesa há um prato, e ao lado do prato há um enorme nome – o seu.

Com um movimento de cabeça, o garçom pede que você se sente. Depois que ele sai, você faz uma coisa que desejava fazer desde que entrou naquela casa. Olha ao redor e diz: “Que maravilha!”

Você nunca se sentou diante de uma mesa tão ampla. Nunca viu cristais tão bonitos. Nunca viu porcelanas tão valiosas. Nunca viu um aparelho de jantar com tantos talheres e um candelabro com tantas velas.

“Que maravilha!”

Embaixo de seus pés há um tapete oriental. Provavelmente importado da China. Acima de sua cabeça há um lustre com milhões de peças de crital. Aposto que é alemão. A mesa e as cadeiras são feitas de teca. Da Índia, sem dúvida.

Logo adiante há uma lareira acesa e uma cornija branca. Acima da cornija há um quadro – um quadro com, opa, seu retrato. Lá está você. Os mesmos olhos, o mesmo sorriso sem graça, o mesmo nariz que você gostaria que fosse bem menor – é você mesmo!

– Que maravilha!

– Coloquei ali para me lembrar sempre de você.

A voz vinda de trás o assusta. Você não precisa se virar para saber quem está ali – é uma voz inconfundível, a dele. Você espera até que ele se posicione do seu lado antes de levantar os olhos. Sabe que ele está ali porque sente a mão dele tocar em seu ombro.

Você se vira e olha. Lá está ele, o presidente. De estatura um pouco mais baixa do que você imaginava, mas de personalidade dominante. Queixo reto. Olhos profundos. Maçãs do rosto salientes. Terno cinza. Gravata vermelha. Avental.

O quê?

O presidente usando um avental! Um avental de cozinha igual ao que você usa no trabalho.

E, como se isso não bastasse, atrás dele há um carrinho. Ele pega seu prato de entrada e lhe oferece um pãozinho.

– Estou muito satisfeito por ter aceitado o meu convite.

Você sabe que deveria deizer algo, mas se esquece e se perde entre o último “Que maravilha” que disse e o primeiro O que está acontecendo aqui? que pensou.

Pensou na surpresa de ter recebido o convite. Pensou em sua admiração ao ver a Casa Branca. Levou um susto tremendo ao ver sua fotografia na parede. Mas nada se comparava ao que estava vendo naquele momento.

O comandante-em-chefe como garçom? O presidente servindo-lhe à mesa? O mandatário da nação trazendo-lhe vinho e pão? Você se esquece de todas aquelas etiquetas e elogios preparados com todo o cuidado para a ocasião e deixa escapar o que realmente se passa em sua mente:

– Espere um pouco. Isso não está certo. O senhor não deve fazer isso – é serviço meu. O senhor não deve me servir. Sou um lavador de pratos. Trabalho em restaurante. O senhor é o maioral. Deixe-me vestir o avental e colocar a comida na mesa… senhor.

Mas ele não permite.
– Não se levante –, ele insiste. – Hoje você é meu convidado de honra.

Traduzido por Cynthia Rosa de Andrade Marques
Texto original extraído com permissão do site www.maxlucado.com

Mais perto do que parece

“Jesus, porém, imediatamente lhes falou, dizendo: Tende ânimo; sou eu; não temais” Mateus 14:27.

Quando os discípulos viram Jesus no meio da tempestade noturna, eles o chamaram de fantasma. Uma assombração… Para eles, aquele clarão era qualquer coisa menos Deus.

Quando nós vemos delicadas luzes no horizonte, temos freqüentemente a mesma reação. Nós consideramos aquilo aparições, acidentes, ou anomalias. Tudo menos Deus.

É porque nós olhamos para a chama que nós perdemos a vela. É por ouvirmos o grito que nós perdemos o suspiro.

Mas é em velas apagadas que Deus vem e é através de promessas suspiradas que Ele diz: “Quando você duvidar, olhe ao seu redor; eu estou mais perto do que parece.”

Traduzido por Cynthia Rosa de Andrade Marques
Texto original extraído com permissão do site www.maxlucado.com

O que faz um bom pai?

Querido Deus,

Obrigado por me dares um papai. O Senhor sabia exatamente do que eu precisava! Caso o Senhor precise fazer papais para outros garotos, eu pensei que o Senhor poderia gostar de saber do que eu mais gosto naquele que o Senhor me mandou:

Um bom papai…

  1. sabe tudo (tipo, como amarrar sapatos e dirigir um carro)
  2. é esperto mesmo (ele até sabe para onde o vento vai depois que ele sopra nas árvores)
  3. tem um coração perdoador (para quando eu faço bagunça)
  4. é cheio de paciência, paciência, paciência (ele provavelmente não precisará dela, mas de repente…)
  5. tem um colo fofinho e um sorriso largo (o Senhor entende disso, né?)
  6. me diz tudo sobre o Senhor e o seu Filho

Seu amigo,

Um garoto

P.S. Eu quase esqueci a melhor parte! Um bom papai tem braços realmente fortes (para me pegar quando eu caio. Ele diz que o Senhor é assim também)

Traduzido por Cynthia Rosa de Andrade Marques
Texto original extraído com permissão do site www.maxlucado.com

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