Mulher paga morte do filho com crédito consignado

A aposentada Amara da Conceição da Silva, 76 anos, pagou o assassinato do filho Cícero F. Dionísio, 46 anos, com crédito consignado para pensionistas e aposentados, descontado na folha de pagamento dos beneficiários do INSS. O crime foi consumado no dia 4 de janeiro de 2006 em Ipojuca, na região metropolitana do Recife (PE). Ela está presa.

O delegado Waldemir Maximiano afirmou que ela matou o filho por amor ao neto. Ela tem uma casa avaliada em R$ 17 mil que era usada diariamente por Cícero. Amara exigia a casa que pretendia deixar como herança para o neto. Porém, o filho queria parte do patrimônio, o que gerou discussões entre ele e a mãe (Redação do Terra).

Nada pode ser mais triste, mais hediondo, mais chocante que uma inversão do sentido natural do sentimento de uma mãe por seu filho. Eu sou pai e amo tanto meu filho que, como se diz, “às vezes até dói”. Mas o sentimento de uma mãe por seu filho ultrapassa o limite do racional, do mensurável, da lógica, do controlável e até mesmo da justiça.

O que uma mãe sente por seu filho é algo que somente elas podem explicar, mas que não pode ser entendido por quem não é mãe.A mãe é a primeira que acolhe, cuida e alimenta. E é a última que abandona, esquece, despreza, desiste.

Por isso, quando ouvimos notícias como esta, ficamos horrorizados, ainda mais quando a mãe faz um esforço extra para conseguir um dinheiro maldito. Para as coisas chegarem a este ponto, o que precisou acontecer? Quanto este filho teve que agredir, desprezar, ofender, não amar? Ou será que a mãe é que foi afetada por algum tipo de enfermidade da alma, do corpo ou da mente?

Seja qual for a resposta, a verdade é que os nossos dias são pródigos em aberrações criadas por nosso próprio pecado. O pecado vai tomando conta de tudo e afetando gravemente o que era perfeito. Uma mãe que mata o seu filho é um retrato dos nossos dias, pois hoje, quem é assassinada todos os dias é a família.

Deus nos criou para a vida em família, para que a nossa convivência fosse profundamente afetiva, restauradora, saudável. E para que a família produzisse indivíduos equilibrados emocionalmente, preparados para a convivência baseada na honra, na verdade, no respeito e no amor. Mas nós invertemos o que era perfeito e tudo começou a sair dos trilhos. Criamos monstros, mães que matam filhos, filhos que desonram seus pais e crianças que são transformadas em objetos de disputas egoístas.

Somente a graça de Deus pode e vai restaurar tudo deste estado caótico do nosso mundo. Somente o amor de Deus será capaz de re-equilibrar a balança, e isso acontecerá na medida em que mais pessoas forem tomadas por esse amor.
A evangelização é a única saída. Ou nós, os cristãos, entendemos que o meio de frear o avanço do mal é fazendo discípulos de Jesus, ou não haverá esperança para a humanidade.

A graça tem que ser repartida e isso se faz com a evangelização e com ações de amor que surpreendam o mundo. Ainda é possível mudarmos a história. Ainda podemos virar o jogo. Basta nos colocarmos aos pés de Jesus com o coração disposto e limpo, para que Ele mesmo nos use até que todos saibam que, quando a graça de Deus invade a história de uma família, o coração dos pais é convertido aos filhos e o coração dos filhos é convertido aos pais.

por Clóvis Jr.