Ano novo sem vida velha

“Ora, o Deus de paz, que pelo sangue da aliança eterna tornou a trazer dos mortos a nosso Senhor Jesus Cristo, grande pastor das ovelhas, Vos aperfeiçoe em toda a boa obra, para fazerdes a sua vontade, operando em vós o que perante ele é agradável por Cristo Jesus, ao qual seja glória para todo o sempre. Amém.” Hebreus 13: 20, 21

O ano aproximava-se do fim. Uma atmosfera diferente fazia-se presente. Alegria, tristeza, ansiedade, talvez nostalgia, não sei. Difícil captar, já que a proximidade das festas de fim de ano gera um turbilhão de pensamentos, sensações e, até, certa confusão.

Os dias alternavam-se quentes e frios e, me pareceu, velozes. Uma expectativa comum apenas nessa época não saia do meu pensamento. Incomodava-me e, passivo, apenas deixava-me levar…

Assim, a situação a seguir me pegou numa grande avenida na qual me deslocara o ano todo para o trabalho. Ao entrar num túnel com o carro, dois policiais corriam na beirada do acostamento perseguindo um ladrão. Correram até a metade do caminho, porém, quando a luz tornou-se tênue, o cansaço bateu e o fugitivo alcançou a outra ponta, desistiram. Um dos guardas disse num grito para o outro “deixa quieto” e dobrou o corpo cansado em cima do joelho, buscando ar para os pulmões. O outro parou, voltou murmurando e, juntos, retornaram para onde haviam começado a perseguição.

Fui pensando nessa cena nos dias posteriores e não conseguia esquecer. Deus tinha algo para me falar sobre isso. Orei. Meditei. Refleti. Conversei com Cristo. Orei novamente e me veio uma imagem de um grande túnel chamado 2012. Percebi que, na correria do ano que passou muitas vezes fui ladrão de mim mesmo, fugitivo e entrei em desabalada carreira em túneis apenas preocupado em sair na outra ponta. Pessoas ficaram para trás. Amigos choraram sem eu estar por perto, apenas por meio de redes sociais desejei feliz aniversário a outros e coisas do tipo. Vi que muitas vezes fugi inclusive de mim, não querendo assumir responsabilidades ou dar atenção a quem precisou, inclusive (e também) a mim. Chorei!

Vi também que em algumas vezes fui o policial que se cansou e desisti, não acreditei que chegaria ao fim, ainda pedi para outro parar quando ele poderia pelo menos ter alcançado o objetivo. Também fui o policial que parou porque mandaram parar, mesmo quando poderia ter ido mais longe, voltei murmurando por achar que era mais fácil.Conclui que 2012 foi um ano produtivo sim, mas ficou algo a fazer, alguém para abraçar, outros para ouvir, sonhos a realizar e objetivos para alcançar. Alguém ficou sem meu sorriso, sem minhas palavras e eu, também fiquei sem alguém que se viu nesse texto.

Que 2013 seja diferente e que não “deixemos quieto” o que precisa ser feito. Que não nos conformemos com esse mundo e o que nele acontece. Que em Cristo possamos ter forças, vitórias e atitude. E que você, assim como eu, tenhamos o melhor ano de nossas vidas.