A desigualdade social é uma criança feia; abandonada no hospital.
Uns dizem que é culpa do governo, outros dizem que ela é filha da preguiça,
Mas o fato é que a riqueza e a miséria brincam juntas no mesmo quintal!
O luxo e o lixo dividem o espaço da mídia na novela no telejornal, no baile e na missa.
Traficantes, empresários, periguetes, socialites, numa só massa no carnaval do Rio!
Corinthians e Quinze de Piracicaba enfrentam-se no “Paulistão” de igual pra igual!
Riquinhos entediados brincam, de atear fogo em mendigos que passam frio!
O passeio no shoping domingo à tarde garante a ilusão da sonhada inclusão social!
Mas, verdade seja dita, a miséria diminuiu e os milionários aumentaram no país!
É o espetáculo do crescimento! Meu barraco outrora de madeira, agora é de cimento!
A classe média passou do Aurélio para a wikpédia! Tem celular, tablete, tá toda feliz!
Tem de um tudo, sem ser necessariamente dona de quase nada! É o milagre do financiamento.
Minha casa minha dívida! Paga-se caro por material barato em prestações pra vida inteira!
Enquanto isso nas áreas de mansões, o anseio é por condomínios que comportem heliportos!
Do sonho da casa própria, só a esperança de que um dia ela seja sua é verdadeira!
Sonho que se realiza, na hora em que você mais precisa! Quando velho, cansado, quase morto.
A desigualdade social é a filha bastarda do egoísmo que vem reclamar sua herança.
É o dinheiro escondido em paraísos fiscais, é a criança de rua que chora de frio e fome.
O privilégio de quem compra a justiça, a faca suja com o sangue da vingança!
O peso dos antecedentes criminais versus o peso do sobrenome.
Quando cada um defende o seu, o nosso vai pro ralo e todo mundo sai perdendo!
É a natureza voraz do capitalismo selvagem, devorador de gente!
O amor ao dinheiro é o ópio do povo! Cega os ricos e os pobres e não estamos percebendo,
Que estamos no mesmo barco, cúmplices do mesmo crime! Ninguém aqui é inocente!
Para ruminar vida afora:
“Os pobres sempre os tendes convosco” Mateus 26:11