Deus ainda cura, apesar de nós

Quando entramos no templo, ele já estava lá cuidando dos últimos ajustes para o culto, como sempre faz. Ao nos ver, abriu aquele sorriso costumeiro e veio ao nosso encontro. Foi um abraço pra lá de especial! “Obrigado por você ter vindo”, disse ele, externando uma gratidão tão sincera que me deixou sem palavras.

Foi assim com todos os que iam entrando no salão da Casa de Oração. Parentes, colegas de ministério e irmãos de várias igrejas. Pelos que estavam presentes, dava para se ter uma idéia do carinho, respeito e admiração que todos têm por ele.

Quando o dirigente iniciou a reunião, uma atmosfera de gratidão e adoração a Deus tomou conta do lugar. Enquanto cantávamos “Rendei mil graças”, “Santo, Santo, Santo é o Senhor”, “Perto quero estar”, pude perceber seus olhos marejando. Talvez devido à lembrança dos dias de sofrimento durante o tratamento, interrompidos única e exclusivamente pela vontade daquEle que é fiel. Mas com certeza as lágrimas também eram de profunda gratidão.

Gratidão é algo que alegra o coração de Deus. Não foi sem motivo que o Senhor Jesus questionou a ausência de nove ex-leprosos, quando apenas um, dos dez que foram curados por Ele, voltou para agradecer pela bênção recebida (Lucas17.17).

Uma simples visita ao dentista ou o corriqueiro ato de se barbear, quem sabe? Pode ter contraído o vírus assim, iniciando um tempo que seria a sua maior experiência com Deus, depois da conversão. Essa última, inclusive, ouvi dele mesmo, quando pregava num acampamento para jovens. Em seu testemunho, falou de uma nuvem escura e de um fardo imenso que carregava nas costas, que o oprimiam muito. Com o raiar da Luz do céu e a chegada do Alívio da alma, tudo aquilo foi removido, aleluia! Esse relato foi num certo dois de novembro. Lembra Paul? Lembra Marcão? Já não precisamos mais viver apenas das experiências dos homens do passado, agora temos as nossas. Deus seja louvado!

Quarenta e oito injeções, um mil e quatrocentos comprimidos, perda do apetite, náuseas, tristeza, confusão mental, instabilidade emocional e muitos outros efeitos colaterais, além da incerteza quanto à cura.

Por que será que essas coisas acontecem com os filhos de Deus? Aliás, essa é uma das grandes questões da Bíblia. E foi exatamente com esse pensamento que o pregador iniciou a mensagem naquele culto de ação de graças. Disse ele: “Há mistérios na vida. Lá no céu vou perguntar a Jesus por que permitiu certas coisas aos seus servos”.

Mais intimidade com Deus, mais amadurecimento, mais ouvir do que falar, foram alguns dos benefícios desse tempo em que ficou “de molho”, que ele me relatou numa entrevista, doze dias antes do culto. Se alguém quiser cópia da mesma, é só me pedir, ele já autorizou a divulgação.

Ao final na reunião, esperava que ele falasse algo, que compartilhasse sobre o milagre, pois sempre foi falante e comunicador por excelência. Porém não disse coisa alguma. Coube ao dirigente fazer os agradecimentos. De fato nada mais precisava ser dito. O nome de Deus tinha sido engrandecido! E era tudo que ele queria naquela noite.

A experiência ímpar desse irmão e amigo particular, além do impacto tremendo que causou em nossas vidas, confirmou mais uma vez que o nosso Deus continua o mesmo, apesar de nós.

Para quem não sabe ainda, estou falando do nosso querido Jabesmar, que foi curado de hepatite C.

Senti o desejo de compartilhar meu sentimento, minha percepção do fato e as lições aprendidas, pois sei do carinho que os irmãos nutrem por ele em várias partes do Brasil.

Eu sei também que, se pudessem, todos vocês teriam ido àquela reunião!