Fantasia ou identidade?

“Assim, toda árvore boa produz bons frutos; porém a árvore má produz frutos maus.” (Mateus 7:17)

Sou do tipo de pessoa que adora crianças. Sou apaixonado por elas. A inocência, a sinceridade delas me chama muito a atenção e me arrebata o coração. A minha esposa sempre diz que quando tivermos um filho eu serei o pai mais coruja do mundo. Mas existe uma coisa que não me atrai: festas de aniversário de crianças. Não sei bem explicar o porquê , mas nunca gostei, esta é que é a verdade. No entanto, fui obrigado a ir a uma delas, uma festa de 2 aninhos de uma priminha chamada Amanda. Ela é a coisa mais linda e muito esperta e pediu para a mãe dela uma festa de princesa pois queria se vestir de princesa Fiona. Fiona do Shrek (Depois alguém me diz quem é esse príncipe ).

Chegando lá, fui pegar ela nos braços e chamá-la pelo nome. Aí ela ficou brava e disse que o seu nome não era Amanda, era Fiona e assim durante toda a festa ela não queria ser chamada de Amanda, só de Fiona. Dois dias depois passei na casa onde ela mora que fica no caminho da minha vinda ao trabalho, dei-lhe um beijo no rosto e perguntei como estava a minha princesa Fiona. Ela me respondeu : “Meu nome é Amanda! Fiona era só na festa”. Fiquei impressionado pela resposta dela. Achei demais para um criança de apenas dois anos separar o que é uma fantasia da sua festa de aniversário da realidade. E por que eu digo isto? Porque nas igrejas eu não vejo isso nem nas pessoas que parecem ser as mais maduras. Pessoas que não deixam as suas fantasias de princesas, príncipes, santos e etc em nenhum momento da vida. Fantasias sim, uma vez que em nossas igrejas está repleto de cristãos que levam Jesus na brincadeira e durante o culto querem demonstrar uma santidade que em nada condiz com a vida que levam dentro de seus lares.

Fico triste em ver a realidade dentro de nossos templos onde pessoas oram em línguas estranhas e profetizam dentro da igreja mas em seus lares amaldiçoam aos filhos, o marido ou a esposa. Fico triste em ver pessoas que se dizem tão boas e em suas atitudes demonstram exatamente o contrário. É pelos frutos que conhecemos a árvore. A tristeza de ver crentes que brincam de ser crentes, enquanto o diabo não brinca de ser diabo e nos tenta o tempo todo, investe nas suas artimanhas o tempo inteiro. Temos visto um cristianismo de fachada, de uma santidade superficial, de amores fingidos, de cristãos que estão mais comprometidos com o trabalho e os estudos do que com a obra de DEUS. Não estou dizendo que é errado lutar por uma vida melhor, mas estou querendo focar que a prioridade em nossa vida deve ser o Reino de DEUS e a sua justiça.

Em nenhum momento de minha vida , em lugar nenhum do mundo que eu estiver eu deixarei de ser lembrado pelo Senhor. Se as minhas atitudes cristãs são apenas na igreja, é como se DEUS só estivesse lá e só lembrasse de mim quando eu estivesse lá. Mas Ele enxerga o nosso interior quando estamos sozinhos, o pecado oculto, o mau pensamento e, como nosso Pai, cheio de misericórdia e com um amor inexplicável, insondável e imutável, Ele nos perdoa com dor no coração mas com um sorriso no rosto.

Quando olho para a minha carteira de identidade, lá não está escrito a minha profissão, escolaridade, status. Isso não tem importância. Mas está escrito Filiação. O que eu sou e o que tenho não quer dizer nada, mas de quem sou filho , isso representa tudo. Que, como cristãos, possamos aprender que não temos que viver em santidade apenas dentro da igreja, mas em todos os lugares e entre a fantasia e a identidade eu prefiro mostrar o que realmente sou: Filho de DEUS. E nem precisa dizer que para ele somos príncipes e princesas. Que Ele os abençoe.