Carminha

“Quando ouviu dizer que Jesus tinha vindo da Judéia para a Galiléia, foi pedir a ele que fosse a Cafarnaum e curasse o seu filho, que estava morrendo. Jesus disse ao funcionário: – Vocês só crêem quando vêem grandes milagres! Ele respondeu: – Senhor, venha depressa, antes que o meu filho morra! – Volte para casa! O seu filho vai viver! – disse Jesus. Ele creu nas palavras de Jesus e foi embora. No caminho encontrou-se com os seus empregados, que disseram: – O seu filho está vivo! Então ele perguntou a que horas o filho havia começado a melhorar. Os empregados responderam: – Ontem, à uma da tarde, a febre passou. Aí o pai lembrou que havia sido naquela mesma hora que Jesus tinha dito: “O seu filho vai viver.” Então ele e toda a família creram em Jesus.” [1]

“Descobri outra finalidade na morte de Jesus, além de me perdoar, salvar e dar certeza de uma vida eterna, ele queria algo de mm! Ele morreu por mim para que eu vivesse para ele! Comecei a descobrir o sentido da palavra servo: uma pessoa posta à disposição de outra; escravo. E o único padrão autêntico foi Jesus, o servo sofredor, que deu sua vida por amor de nós para ser a ponte entre o homem e Deus, para nos reconciliar com o Pai.” [2]

Meu telefone celular tocou naquela tarde por volta de 14h. Era primeira chamada que iria atender naquele dia. Com voz trôpega, minha irmã em Cristo Dulcilene me disse: ‘Fabrício, a Maria do Carmo está na Regional Leste. Não sei te dizer o que ela tem, mas se você pudesse chegar lá para dar uma olhada… estou bastante preocupada’. Pedi, então, licença aos meus tutores no posto de saúde para poder ver o que estava acontecendo. Não tinha a mínima idéia do que se tratava, mas orei ao Senhor enquanto dirigia meu carro: ‘Senhor, cura a Maria do Carmo. Seja lá o que ela tenha, mostra o Teu poder agora a Ela de tal forma que TODOS possam reconhecer que o Senhor está agindo e que ninguém possa contestar isto. Manifesta teu poder’. Lembro-me muito bem daquela oração.

Quando cheguei ao pronto atendimento onde Maria estava, deparei-me com uma jovem com uma palidez cutânea intensa. Maria estava em estado de choque hipovolêmico. O sangue que deveria fluir como um rio pelo sistema de veias e artérias estava estagnado como um lago. Os tecidos estavam ficando sem oxigênio. A situação era de fato muito grave.

Conversei com o médico que prestara o primeiro atendimento. Ele me disse que não era possível ainda firmar um diagnóstico da causa daquele quadro gravíssimo. O que era possível já estava sendo feito – repondo líquidos através de cateteres venosos e monitorando os sinais vitais, enquanto exames de sangue e de imagem tentavam esclarecer a origem do quadro. Ela havia entrado na unidade consciente e logo entrou em franco choque – sua pressão arterial era de zero.

Rapidamente uma rede de oração pela vida da Maria já estava montada. Vários telefonemas haviam sido dados. Um pedido de oração foi colocado na Internet e uma rede de irmãos foi acionada.

Deixei o pronto atendimento e fui para casa logo que a pressão estabilizou-se em 90×40 e pedi para ser informado assim que os exames de sangue ficassem prontos.

Cerca de duas horas depois recebi um telefonema do Nivaldo, marido da Maria. Ele estava no HEMOMINAS buscando sangue para iniciar procedimento de transfusão. ‘Fabrício, a Carminha está mais grave do que você esperava. O exame veio bem pior do que você previa’. Logo depois já estava me dirigindo de novo para o pronto atendimento. Maria havia, de fato, piorado bastante. Seu abdome doía muito. Ela respirava com dificuldade. Após uma maratona judicial, conseguimos transferi-la para um CTI, onde receberia cuidados especiais.

Voltei para casa tranqüilo. E não foi porque conseguimos uma vaga no CTI para a Maria. Estava em paz porque minha oração do carro foi ouvida. Maria do Carmo estava com uma gravidez nas trompas (que só foi descoberto bem depois) que havia rompido e estava com uma hemorragia imensa dentro do abdome. Ela praticamente não tinha sangue no interior do sistema artério-venoso. Mas onde, então está a manifestação inconteste da presença de Deus que eu clamei? Afinal, muitas pessoas com este mesmo quadro saem ilesas após o tratamento. O sobrenatural nesta história está provado pelo exame de sangue realizado, repetido e confirmado pelo laboratório enquanto ela ainda estava no pronto atendimento. Maria possuía uma taxa de hemoglobina de 1.8. As taxas normais de hemoglobina giram em torno de 12.0 a 14.0. A hemoglobina é a molécula responsável por levar oxigênio aos órgãos do corpo, e ela simplesmente tinha um nível de hemoglobina incompatível com a vida!

No momento em que vi o exame orei em meu íntimo agradecendo a Deus: ‘Senhor, obrigado porque o Senhor já está no controle da situação’. E de fato foi isto que aconteceu. Maria foi operada. Havia diversos coágulos de sangue em seu abdome.

Hoje, 6 dias depois, fiz uma visita domiciliar para ela. Isto mesmo, aquela que não tinha condições de vida e que foi tirada do vale profundo da sombra da morte estava sorrindo, corada, sem dor e cuidando de sua filhinha.

Estou certo que esta foi uma experiência tremenda para Carminha, Nivaldo, Dulcilene, Dimas, Jorge, D. Marlei. Todos os que presenciaram a ação de Deus nesta história fomos tocados por Deus.

A mim, particularmente, Deus disse: “Descansa, filho. Eu estou no controle. Nenhuma chama de vida se apaga sem que eu sopre antes. Não há impossíveis para mim. Continue sendo parácleto [3] dos que vierem a ti. Siga o padrão do meu filho, Jesus: Sirva.”

Notas:

[1] João 4:47-53 [2] Eleny Vassão em No Leito da Enfermidade p.26 [3] Parákletos – isto é: aquele que está ao lado