Saudades de Deus

Escrevo esse artigo chorando. Na verdade acho que é mais um desabafo do que uma dissertação sobre um tema. Estive pensando o quanto a religiosidade nos separa de Deus.

É fácil ser eloqüente, é só treinar um pouco. É fácil ser uma pessoa religiosa, é só seguir normas. É fácil escrever artigos, é só estudar um tema. É fácil cantar, é só fazer um bom conservatório. É fácil! Viver a vida no que insistimos de chamar de igreja é fácil. São padrões, aparências, condutas… Nenhuma dessas palavras usadas no sentido pejorativo, não! Mas o que me faz chorar é saber que a igreja, e logicamente eu me incluo, esqueceu que recebeu um Reino inabalável direto das mãos do Deus que é fogo consumidor.

“Portanto, já que estamos recebendo um Reino inabalável, sejamos agradecidos e, assim, adoremos a Deus de modo aceitável, com reverência e temor, pois o nosso Deus é fogo consumidor” (Hebreus 12:28, grifo meu).

Em mim faltou muitas vezes a noção de que pertenço a um Reino inabalável. Faltou a gratidão, a reverência, o temor e a consciência do poder desse fogo consumidor que é o Deus a quem eu sirvo. E se faltou tudo isso, faltou adoração. Foram só notas musicais. Foram só joelhos dobrados. Foram só lágrimas frutos de emoção. Foram só mãos vazias levantadas. Só estereótipos, tão inúteis diante de um Deus que vê o coração.

“Perdoa-me Senhor, quando em frente aos meus irmãos eu parecia adorar, mas faltou tanta coisa no meu interior para me fazer um verdadeiro adorador diante de Ti. Perdi a noção de quem o Senhor é. Em algum lugar, no meio de tanta religiosidade sincera, mas nem por isso agradável a Ti, eu esqueci de quem o Senhor é, do que o Senhor fez por mim e a que Reino eu pertenço”.

Ninguém precisa cantar no culto, nem levantar suas mãos, nem bater palmas, nem orar, nem ao menos ler a Bíblia. Isso tudo é forma de exteriorizar adoração, que pode ou não mostrar um coração adorador. Mas adoração não é o que se faz pra Deus, mas sim o que Deus produz em você quando se entende quem Ele é.

É impossível perceber quem Deus é e não adorá-lo, e nesse momento eu O adoro chorando… Que bom que a forma não importa!