O Caminho Para a Restauração 2: Repreenda o inimigo

Neemias se apresentou ao povo, aos sacerdotes e aos magnatas, descobrindo-lhes quais eram as suas intenções, e convidou-os a prestar-lhe auxílio eficiente na reparação dos muros. Alegremente o povo atendeu e se dispôs à obra. As tribos gentílicas da vizinhança, sabendo que Jerusalém consertava os muros, ficaram em extremos iradas. Três de seus representantes, Sanabalá, Tobias e Gósen intentaram fazer a obra parar e para isso empregaram os mais ingentes esforços. Não conseguiram, porém, iludir nem intimidar a Neemias que resolutamente continuou o trabalho. O muro foi reerguido em 52 dias.

Vou contar brevemente uma história real que aconteceu aqui em Juiz de Fora. Há alguns anos uma igreja foi despertada por Deus e começou a orar e buscar o Senhor mais intimamente. Havia uns 300 membros. Muitos paradigmas foram quebrados. Os presbíteros e pastores da igreja conclamavam dia-a-dia o povo para buscar ao Senhor. Esta igreja experimentou um crescimento enorme. Enviaram missionários à vários países e pelo Brasil. Em cinco anos, mais de 1000 membros faziam parte desta comunidade cristã. Há muito joio no meio deste trigo… contudo, ainda existe muito trigo nesta igreja.

Murmuração, ataque, vaidade, orgulho, insubmissão foram combatidos fortemente. “Porque, se viverdes segundo a carne, caminhais para a morte; mas, se, pelo Espírito, mortificardes os feitos do corpo, certamente, vivereis.”[1] Durante anos, desde este avivamento, a igreja defendeu-se dos ataques do inimigo e da carne, porém cometeu um erro quase fatal ao imaginar que seus inimigos já estavam contidos.

As reuniões administrativas, antes momentos para contar os frutos da colheita, voltaram a ser momentos de discussão, vozes alteradas, emocionalismo exacerbado, falta de perdão, troca de acusações, murmuração, irmão contra irmão…

Hoje esta igreja enfrenta o desafio de encarar novamente o Caminho da Restauração. Não é a nossa mão que vai nos proteger dos ataques do inimigo. É o poder de Deus que vai fazer isto. `Mortificar` é uma atitude dinâmica. Dia-a-dia é preciso fazer morrer as obras da carne, para não dar lugar ao diabo.

Após o muro concluído, os inimigos engendraram uma armadilha para Neemias. Tentaram caluniá-lo[2], dizendo que conspirava ser o rei dos judeus; subornaram Semaías para que o incitasse a entrar no Templo, profanando-o. Neemias, porém, percebe a artimanha do inimigo e rejeita a obra de satanás. Em momento algum o copeiro deixou de clamar pelo socorro do Senhor. Neemias não foi derrotado pelas investidas satânicas. A razão disso é que Neemias (1) reconheceu a armadilha e (2) não lutou enquanto não buscasse forças no Senhor.

Notas:

[1] Romanos 8:13 (ERAB) [2] Cf Ne 6:5-9