Acenos

Mateus 21.1-11

Um dia desses, na fila do ponto de ônibus, presenciei uma cena banal. Alguns metros à minha frente, uma garotinha e seu pai olharam em minha direção e começaram a acenar. Provavelmente haviam visto alguém conhecido que vinha chegando.

Banal, como eu disse. Entretanto, apenas a situação era comum. A garotinha e o pai exibiam sorrisos deliciosamente espontâneos. O “tchau” deles era tão animado que, de repente, tive vontade de ser a pessoa a quem eles saudavam.

Quem é que não gosta de ser recebido com alegria? Você não se sentiria o máximo? Querido? Todo mundo gosta de uma recepção aconchegante.

Certa vez, um homem teve uma recepção dessas. Provavelmente era a única da qual ele conseguia se lembrar. Dificilmente as pessoas o saudavam daquela forma. Ele quase sempre passava despercebido, mas naquele dia foi diferente.

Uma multidão olhava para ele, sorrindo como a garotinha no ponto de ônibus, e dizia “Salve! Salve, Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor!” Aquelas pessoas o trataram como um rei. Como um rei ele foi tratado, mas ali não havia tapete vermelho: no chão, peças de roupa. Vestes de gente humilde, surradas de tento uso. O tapete não estava lá: havia apenas roupas e galhos de árvore.

Aquela era a recepção para um rei, mas onde estava o belo cavalo branco? Aquele rei montava um jumentinho. O “corredor humano” que se formou era digno de um rei, mas não conduzia a um trono. No final do caminho haveria uma cruz. E o rei seguiu até o final. Ele fez isso porque amava aquela multidão. Foi até a cruz, que esperava por ele no fim do caminho, porque sabia que aquele era o único meio.

Somente daquela maneira o rei poderia fazer com que aquelas pessoas, eu, você, a garotinha e seu pai, na fila do ponto de ônibus, pudéssemos ter um sorriso como aquele que damos quando recebemos alguém especial. Sorriso de quem recebe o Rei. Sorriso que não apaga jamais.