Mama África

Leoa, fera, ferida, acuada pela vida, maltratada.
Pantera negra, linda, forte, mostrando os dentes pra morte.
Felina feroz, lambendo as próprias feridas e as crias bem criadas.
Ataca, vive, morre e mata pra proteger seus filhotes.

Lembro-me de você sorrindo, com as nossas brincadeiras e travessuras.
Lembro-me de você cantando, enquanto seu corpo, arcado trabalhava.
Lembro-me de você chorando a fome, a dor, os golpes de vida, as agruras.
Lembro-me de ficar impressionado com sua força e com o quanto você me amava!

Mãe é mãe, mas você é mais! É a base do meu caráter, meu exemplo.
Da fonte duma mulher, aprendi a ser homem, enquanto definhavas, me fortaleci.
Você se embolou com a vida. Bateu, levou, mas jamais se entregou ao sofrimento.
De um bebezinho doente, sou hoje um homem formado, graças ao que de você bebi.

Na casa do Sr. Nelson, no Ivo, em Avaí; não me esqueci de nada que vivemos.
Na casa da vovó, da vozinha, no nosso terreno, da polenta, do feijão de escolha.
Sempre fomos os pobres mais ricos do mundo! Sua dignidade sempre adornou tudo o que tivemos.
Sua história está escrita no livro da minha vida! Cada letra, cada página, cada folha.

Fazer com que se orgulhe de mim é meu modo de provar que você não sofreu em vão.
Mais que ser o homem que você sempre quis, serei o homem que Deus determinou que eu fosse.
Espero reproduzir em minha vida, nos meus objetivos, ao menos um pouco da sua paixão.
E poder agradecê-la por tanta devoção, por sua presença tão forte e doce.

Para ruminar vida afora:

“Filho meu, guarda o mandamento de teu pai, e não deixes a lei de tua mãe. Ata-os perpetuamente ao teu coração, e pendura-os ao teu pescoço. Quando caminhares, isso te guiará; quando te deitares, te guadará; quando acordares, falará contigo. Porque o mandamento é uma lâmpada, e a lei uma luz: e as repreensões da correção são o caminho da vida” Provérbios 6:20-23.