Pedras, rotas e caminhos revelam a grandeza de Deus. Um fio condutor do coração humano conecta, inexoravelmente, com o olhar gracioso de Deus. Nele combinamos conceitos e descobrimos o potencial humano.
John Donne, poeta inglês, declarou “Toda humanidade tem um único autor, e é um só volume (…) Nenhum homem é uma ilha, completo em si mesmo (…) a morte de qualquer ser humano me diminui, porque eu faço parte da humanidade (…) Nunca perguntai por quem os sinos dobram; eles dobram por ti.” (grifo meu)
Parece influxo tal afirmação! Contudo, em harmonia com isto, a Bíblia não exclui o ser humano do todo. O que está implícito na formação do ser humano é o chamado à parceria na comunhão com Deus. Deus configura a identidade humana inspirado em sua própria atuação.
O indivíduo é relacional em sua natureza, na sua gênese encontra-se sua existência e destino. Neste aspecto, o salmista declara “Os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos. Um dia faz declaração a outro dia, e uma noite mostra sabedoria a outra noite. Não há linguagem nem fala onde não se ouça a sua voz. A sua linha se estende por toda a terra, e as suas palavras até ao fim do mundo. Neles pôs uma tenda para o sol…” (Salmo 19:1-4)
Os raios do sol irradiavam sua beleza pelas ruas da cidade de Quixadá – eu morava no interior do Ceará algum tempo atrás. Tinha o hábito de escalar o pico da “Pedra do Cruzeiro”, um lugar belíssimo. Eu era sempre surpreendido, seduzido e silenciava; vultos de gente pareciam formigas, visto de longe tornavam-se cada vez embaciados. Havia naquele lugar testemunhas de tanta graça: criaturas inofensivas esvoaçavam; o orvalho borrifado divinalmente sobre as folhas, dava-lhe o viço natural. Eu encantado contemplava as nuanças brilhantes do arco-íris refletir na pedra bruta. Na época, ainda adolescente, queria ir aonde o arco-íris começava. Naquele lugar minha percepção afluía. Quem pode medir o valor dessa cena? O mundo se descortinava diante de meus olhos – palavras não conseguem exprimir.
Adiante, adiante espere o “splah” da surpresa de Deus. Ele nos coloca em situações, épocas e lugares entre perplexidade e admiração.
