Choveu o dia todo e a terra ficou mais triste…
Pareceu que o céu chorava no enterro de Carla!
Porém, o céu se alegrava, era Elias quem chorava; “- Carlinha não subsiste!”.
Jazia só um corpo, inerte, sem alegria, pois ela no céu entrara.
Não lutava pela vida, ao lado do seu negão, brigava com ela!
Com uma atitude aguerrida, desprezava a vida da terra,
De paladar apurado, rejeitava migalhas, restos, quirelas,
Seu deleite era os manjares celestiais! Aqui era só sua guerra.
É assim que eu a definiria: uma guerreira valente!
Negra de origem sofrida, agüentou os golpes da vida,
Sorrindo, cantando enquanto sofria, lutando com unhas e dentes!
Um golpe nos rins, tirou Carla de combate, sacou-a de sua liça…
Deixou três filhos espertos e um marido saudoso…
Negros que como bons negros, sabem lidar com a tristeza…
Sem jamais jogar a toalha; como Carla, sustentados pelo todo poderoso!
A luta continua, porém, um pouco mais triste… sem Carlinha, sem beleza…
Estou triste também, mas ansioso pela revanche…
Quando num corpo glorificado, subiremos ao encontro de Jesus!
Não esquenta Negão! Nós daremos o último golpe, será nosso o último lance!
A morte e o inferno serão nocauteados pela cruz!
Para ruminar vida afora:
“Eu sou a ressurreição e a vida, quem crê em mim, ainda que morra, viverá;e todo o que vive e crê em mim não morrerá eternamente. Crês isto?”
