Mudança: abrace-a ou resista-a

Se a sua igreja realmente for fazer uma diferença e quiser se manter relevante, ela tem que mudar. – Sim, eu sei – isso pode ser algo assustador.

A realidade é que, para muitas pessoas, mudança é algo ainda mais ameaçador do que desafiador. Mudança é vista como a ação destrutiva de tudo aquilo que é familiar e confortável em vez de ser encarada como a criadora do novo e do empolgante. A dura realidade é que a maioria das pessoas, e organizações, prefere a posição de conforto a da excelência.

Porém, nos dias em que vivemos, se você não muda possivelmente você irá se estagnar e morrer. Ë de vital importância que estejamos abertos à mudança na nossa cultura de igreja. É importante que estejamos com nossos olhos e corações atentos ao mundo ao nosso redor, e uma vez atentos possamos estabelecer a melhor estratégia de comunicar a mais maravilhosa de todas as noticias: O Evangelho de Jesus Cristo!

Depois de labutar no ministério por quase 30 anos e ter o privilégio de estar muito perto do coração de muitos líderes, ao longo desses anos tenho encontrado exemplos de brilhantes mudanças que foram sadiamente executadas. Permita-me compartilhar com você algumas coisas que aprendi:

As pessoas apenas irão mudar se a alternativa for pior do que a própria mudança.

Algumas vezes é difícil demais para as pessoas internalizar as necessidades que elas têm para mudar. Um piloto militar certa ocasião fez uma interessante observação que ilustra esse ponto.

Ele disse que muitos pilotos morreram em acidentes porque ficaram dentro da aeronave por um período de tempo longo demais. Eles preferiram a familiaridade da cabine ao risco de um salto de pára-quedas mesmo após a cabine haver se transformado numa armadilha mortal.

Da mesma maneira muitos líderes se tornaram nulos em sua ação porque o seu povo preferiu o familiar – mas mortal – versus o risco e a empolgante maneira de alcançar novas e gratificantes compensações. Temos que ensinar ao nosso povo que a letargia pode significar morte.

As pessoas estão famintas por estabilidade mesmo em meio a mudanças.

As pessoas que são firmes, seguras e responsáveis – em qualquer organização – frequentemente são as mesmas que tem pavor de mudanças. Temos que manter essas pessoas sempre em mente. Temos que assegurá-las que mudança não significa o fim do mundo para elas; significa uma continuação, mas com aprimoramentos e possibilidades de vôos mais altos e maiores realizações.

Eis aqui algumas sugestões:

  • Explique as razões para as mudanças.
  • Quando as pessoas compreendem a lógica por detrás das mudanças, as coisas se tornam mais racionais e mais confortáveis para elas e consequentemente, mais abertas às mudanças.
  • Mostre como os planos a ser implementados manterão os riscos ao mínimo. Enfatize as coisas que permanecerão da mesma forma.
  • Deixe que elas saibam o que lhes espera, passo por passo.
  • Demonstre apreciação por elas, valorize-as no processo de implementação de mudanças. Lembre-se dessas palavras de Walt Disney: “Você pode sonhar, você pode criar e edificar a idéia mais maravilhosa neste mundo, mas você sempre terá que depender das pessoas para fazer com que o seu sonho se torne uma realidade.”

Para que mudanças possam ser bem sucedidas, elas tem que ser bem planejadas. Temos que estar no controle das mudanças e não à mercê delas. Portanto, mudanças bem sucedidas têm que ter como base valores reais que incorporem aquilo que realmente somos ou que desejamos – disciplinadamente – ser.

Quanto a isso temos – igreja – muito que aprender com o mundo empresarial. Há pouco tempo atrás, tomei conhecimento de que a poderosa Honeywell decidiu mudar a sua orientação de nacional para global. Para isso ela adotou um agrupamento de valores que se constituíram de integridade, qualidade, performance, respeito mútuo e diversidade.

Esses valores capacitaram a Honeywell a seguir firmemente o seu curso através de um oceano de mudanças. O planejamento envolveu um processo de basicamente três passos: flexibilidade, reestruturação e reestabilização. A parte da flexibilidade foi o aspecto com o qual os funcionários tiveram a maior dificuldade. Depois de anos e anos fazendo a mesma coisa e da mesma maneira, eles se tornaram enrijecidos em função dos rígidos hábitos. Agora, eles teriam que desaprender seus velhos hábitos.

Quando você deseja amolecer algumas coisas, você usa o calor, ou o próprio fogo. Como filho de ourives, uma das figuras inesquecíveis que tenho em minha mente é a de meu pai fundindo ouro e transformando-o num líquido brilhoso. O velho formato simplesmente deixou de existir. Esse é o estágio onde mudanças enfrentam a sua maior resistência.

Nesse estágio é que se torna absolutamente necessária uma habilidosa comunicação. Você tem que deixar cristalinamente clara as razões para a mudança e as conseqüências de não mudar. Os benefícios e os prejuízos devem ser claramente comunicados. Use toda sorte possível e imaginável de comunicação. Use-a através de cartas, newsletter, vídeo, sessões para perguntas e respostas, enfim, use-a à exaustão. Lembre-se que comunicação não é o que as pessoas ouvem, mas sim o que elas entendem.

Jamais considere que a mudança terminou.

Através do processo de mudança é importante que desde a pessoa mais simples até a mais influente, todos estejam convencidos que a liderança da igreja/organização apóia as mudanças. A começar pelos líderes, estes devem assumir a responsabilidade de encorajar novas posturas. Líderes devem modelar mudanças na medida em que eles estarão lidando com as pessoas em diferentes níveis tanto quanto possível dentro da igreja/organização.

É possível que reais mudanças levem muitos anos para se concretizar e você jamais deveria considerar o trabalho como terminado. Em vez disso, você deveria buscar maneiras para mudanças institucionais. Em outras palavras: quando o seu povo é orientado e educado em maneiras eficientes de como promover mudanças, você estará sólida e sadiamente preparado a enfrentar o futuro.

por Nélio DaSilva