Uns e outros, mas nenhum de nós

“Qualquer que permanece nele não peca; qualquer que peca não o viu nem o conheceu.” 1 João 3:6

Ele é o culpado por tudo isso.

Se estou nessa situação, a responsabilidade é dela.

Eu não queria fazer aquilo, mas a insistência dele me levou a ceder.

Tudo bem, desde que ela pague na mesma moeda tudo que me fez.

Estou assim porque ninguém me ajudou. Deixe-me só!

Esses e centenas de outros comentários são ditos o tempo todo por pessoas que estão em depressão, com muito ódio, perdidas, vazias ou até sem outro sentimento que não seja descontar, infrigir o mesmo sofrimento que lhe causaram. De certo modo, sei que suas reclamações são legítimas, no sentido de que sempre alguém está nos decepcionando, fazendo algo que não esperávamos e que nos deixa perplexos, quando não, com raiva. Mas, como uma moeda tem dois lados, essas situações também são causadas por nós em algum momento de nossas vidas. Afinal de contas, quem nunca fez algo que magoou alguém? Que não entristeceu ou surpreendeu negativamente alguém? Eu já estive nas duas situações.

Assim, nossa tendência natural é sempre querer culpar uns e outros, mas nenhum de nós mesmos em situação alguma, pois é mais fácil julgar os outros pelos fracassos, falta de iniciativa, medo, etc. Com isso, não digo que as pessoas são isentas do que acontece ou não conosco e nem nós em relação ao que nos acontece, mas culpar terceiros por falta de atitude e ação de nossa parte é outra história.

Atualmente, tenho ouvido muita reclamação em relação a uma instituição, mas desde que participo dela, observei muito mais inércia e falta de compromisso dos reclamantes do que o compromisso em si, de fazer algo que a ajudasse e fosse possível levantá-la ou até tirá-la da tal situação. Vejo um monte de pessoas, em algumas vezes é apenas isso, um monte de pessoas. E de aglomerações dificilmente sai alguma coisa útil não só para o todo como para o pouco. Quando há muita reclamação, algo está sendo deixado de ser feito. Soluções estão deixando de aparecer para dar lugar à inércia e falatórios. Porém, também sei que, quem é contra alguma atitude que foi tomada quando ninguém a tomou, não é necessariamente crítico do nada, mas preocupa-se com o que pode acontecer de ruim em relação ao que não deve prevalecer como verdade absoluta de poucos. É preciso nessa hora, pedir direcionamento ao Espírito Santo de Deus.

Há muito tempo deixei de olhar para exemplos humanos. Em alguns casos, fico admirado com o que certas pessoas fizeram, tanto de bom quanto de ruim, mas exemplo mesmo, só o de Jesus Cristo. É preciso que as pessoas, e me incluo sempre nisso, olhem para Cristo como referência e busquem nEle o exemplo de vida, atitude, sabedoria, consciência, maturidade, amor, paz e atitude. Apenas em Jesus, deixamos de ser uns e outros e nos tornamos todos. Quando fazemos isso, deixamos de culpar os outros pelas nossas falhas e percebemos que, se a situação chegou onde está, é porque em algum momento nos omitimos de fazer algo, dizer algo ou agir em prol de algo. Falar é fácil (até para mim), díficil é agir.

Queridos, que possamos juntos ser todos. De verdade!