Eu sou feliz quase o tempo todo!
De várias maneiras, de vários modos…
Eu sou feliz quando minha mulher sorri,
Quando chamo por meus filhos e eles respondem: – Estou aqui!
No entanto, ser feliz dá trabalho, num mundo amaldiçoado.
É mais fácil viver reclamando, amargurado, estressado…
Vivendo assim, com certeza o que não lhe faltará é companhia!
Afinal, tem muita gente com cara de poucos amigos hoje em dia!
Aprendemos até a rir de nossas mazelas e desgraças,
Mas a maioria de nós se apega a elas, como a tartaruga carrega sua casca.
Arrastamo-las dia a dia, com cara de cansaço e atitude funéria
Culpando o clima, Deus e o mundo por todo o nosso descontentamento, sofrimento e miséria.
Caminhando pra terra prometida e saudosos do Egito!
Lobos em pele de ovelha e corações de cabritos! Inquietos, ansiosos, aflitos…
Por isso, ser feliz é tão difícil, pois como pecador decaído que sou, o natural é ser triste.
Viver desprezando o que tenho, de olho comprido naquilo que não existe.
De maneira egoísta, focado no próprio umbigo, motivado pelo instinto animal e pelo desejo…
Trocando a herança invisível por coisas temporais que eu toco, provo e vejo.
Eu só consigo ser feliz, quando não foco em mim, mas olho ao meu redor!
E vejo outros com suas necessidades e possibilidades; É assim que sou melhor!
Melhor que a autocomiseração, o orgulho, a presunção de enaltecer a mim mesmo,
Quando corro atrás da minha felicidade, ela me engana, foge de mim e me faz vagar a esmo.
Eu sou feliz quando percebo que ser feliz não é necessariamente o mais importante.
Quando choro com os que choram, quando deixo de ser feliz pra me tornar necessário, relevante…
Na vida dos meus filhos, na minha igreja, em minha comunidade…
E do dever cumprido, do caráter depurado, é que me brota então uma indelével e não fugaz felicidade.
Declaro então que sou feliz, acima da razão e além do sofrimento!
E sou feliz assim em quase tudo, com quase nada, à toda hora, em quase todo o tempo.
Sou feliz até quando não sei que sou!
Pois, por mais que meu coração me engane, Verdadeiro será sempre aquele que me amou.
Sou feliz por estar vivo e se morrer, parto feliz por saber que não vivo em vão.
Pois, se as lutas e os desafios ainda não acabaram, o sonho também não.
Para ruminar vida afora:
“Disse comigo: Vamos! eu te provarei com a alegria; goza, pois, a felicidade; mas também isso era vaidade.”
Eclesiastes 2:1