Sonhei

“e disse-lhes: Ouvi, peço-vos, este sonho que tenho sonhado” Gn 37:6

Um dia desses, tive um sonho acordado sobre uma vida que insiste em passar longe de mim.

Sonhei com um coração movido de compaixão, a ponto de amar o próximo como a mim mesmo, independente do rótulo. Pronto a dividir meu prato de comida e minhas roupas com o primeiro necessitado que encontrasse pela rua.

Sonhei com prostitutas, homossexuais, viciados e aidéticos que encontravam em meu olhar uma resposta dosada de misericórdia e juízo para suas vidas.

Sonhei que me ocupava mais com o choro e o barulho das crianças do que com discussões tolas com os sábios, mestres, donos da verdade do cristianismo; que me agradava mais das críticas construtivas do que dos falsos elogios.

Sonhei que a dor daquele que caminha sem esperança era a minha dor e que chorava ante a uma alma incrédula.

Sonhei ainda com uma vida desinteressada com as riquezas e bens desta terra, aproveitando cada oportunidade para ajuntar tesouros no céu. Sonhei que aplicava cada centavo do meu dinheiro para que o Reino se espalhasse mais rapidamente pelo mundo e que as estatísticas missionárias não eram para mim só números, mas uma questão de vida ou morte eterna.

Sonhei que chamava de amigo aquele que me traiu e que dava mais uma chance aquele que vacilou comigo quando eu mais precisava.

Sonhei que os montes e desertos a sós com Deus eram mais desejáveis do que os holofotes da multidão.

Porém, acordei do meu “sonho acordado” e tentei entender com o que havia sonhado: Sonhei que tinha um coração igual ao de Jesus.

“Senhor, Tu me sondas e me conheces.” Salmos 139:1