Não faça da solidão sua amiga!

“Afrontas me quebrantaram o coração, e estou fraquíssimo; esperei por alguém que tivesse compaixão, mas não houve nenhum; e por consoladores, mas não os achei.” Salmo 69: 20

Há pouco tempo, tive uma conversa com uma pessoa sobre solidão. Outras vezes, também me falaram dela. De como ela se torna amiga e companheira quase que inseparável. Seja durante o dia, o transcorrer dele, na chegada da noite ou madrugada adentro, lá está ela, inexorável, pronta para devorar aqueles que vêem nela sua salvação, desculpa para fugas ou falta de sonhos, planos, vida…

Muitas vezes, a solidão é a única resposta para muitas pessoas, verdade absoluta e desejo de atirar-se a ela. Perder-se no tempo, serem esquecidas. Refugiar-se de chuvas tempestivas, grandes ventanias. Essas pessoas, na solidão, agregam ainda a saudade. Pura e simplesmente de algo que já se foi. Do grande amor que também se foi. Do passado que ainda não passou, de sentir que existe algo que não existe mais. Daquilo que não conseguiu ou de algo que se perdeu.

Muitas vezes, elas fazem da solidão companhia fiel e não tem coragem de enfrentar a si próprias. Preferem ficar com o nada como se estivesse com tudo. Na realidade, elas escondem uma fome por amor. De serem amadas e amar. De sentir, existir, viver, mas perdem-se em densas trevas e no calor mentiroso delas. Certa vez, li que a pessoa que se sente só é porque ao invés de construir pontes, ergueu muros. E isso é de uma propriedade imensa, tangível e universal. Não adianta jogar à culpa em ninguém, tampouco em situações porque todos nós temos aquilo que Deus determina que tenhamos. Nem mais nem menos. E com a solidão não é diferente.

Podemos chamá-la vez ou outra para acertarmos arestas em nossas vidas, repensarmos em nossas prioridades e papel diante das pessoas, mas viver só não. Fugir das pessoas, principalmente as que desejam nos ajudar, é no mínimo orgulho (ferido ou não) que nos cega a visão.

Os apóstolos de Cristo muitas vezes enfrentaram a solidão, salmistas também, como Davi, que escreveu muito sobre isso. Jesus Cristo também se sentiu solitário, quando abandonado pelos discípulos. No Seu martírio diz “Deus meu, Deus meu, porque me desamparaste?” e Deus não responde. Ali, naquele momento houve a expiação de nossos pecados, até que, num último suspiro, entregou-se vencendo a morte dias depois.

Caso você sinta-se sozinho agora, saiba que Jesus Cristo pode livrar-te disso. Não faça da solidão sua amiga e acredite quando Ele disse “Eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos.”