Raio-X

O homem é feroz por natureza.
Devora tudo o que vê pela frente.
Quase sempre insensível à beleza,
Devora sonhos, devora o tempo, devora gente.

O homem é cruel por natureza.
Na sua história, isso é fato consumado.
Posto que fora dele mesmo, tudo é presa;
Troféu, numa sala, embalsamado.

O homem é faminto com certeza.
Mas não vive somente de comida.
O homo sapiens que almeja a realeza,
Rejeita a glória de Deus o autor da vida.

O homem é infeliz por conseqüência,
Do pecado que o consome a cada dia.
E, enquanto cauteriza a consciência,
Confunde seu prazer com alegria.

O homem é voraz por natureza,
Correndo atrás do que nem sabe o quê.
É mais vazio ao passo que deseja,
Matar a sua fome de saber.

Quem sou eu? De onde vim? Pra onde vou?
Serão sempre perguntas cruciais.
Perdido desde o dia em que pecou,
O homem se consome atrás de mais, mais, mais…

Para ruminar vida afora:

“Tudo quanto desejaram os meus olhos não lhes neguei, nem privei o coração de alegria alguma, pois eu me alegrava com todas as minhas fadigas, e isso era a recompensa de todas elasEclesiastes 2:10.