Eu, adolecrente, grávida?

Um site médico (www.medstudents.com.br) divulgou as seguintes informações:

“A primeira relação sexual ocorreu até os 13 anos para 10% dos brasileiros; entre 14 e 16 anos para 27%; entre 17 e 18 anos para 18%; entre 19 e 25 anos para 17% e depois dos 25 anos para 2%.”

Significa dizer que 17 milhões de brasileiras correram risco de engravidar com 13 anos. E ainda, que 37% dos brasileiros iniciaram a atividade sexual antes dos dezessete anos. Devemos considerar que é nessa sociedade sexualmente precoce, que a nossa geração vive, e isso aumenta ainda mais a possibilidade de ocorrer gravidez em adolescentes da igreja. Esses números são alarmantes e justificam a abordagem do tema.

Se você é uma adolescente que tem Jesus como seu Salvador e Senhor, a pergunta título desse artigo representa um susto! Se você é “o cara” que namora a adolescente mais linda da igreja e acaba de ouvir essa pergunta dela, neste momento está se sentindo péssimo, pálido, mudo! Se você é pai de uma linda adolescente, a qual você criou com todo amor e oração, e ouvisse esse assunto da parte dela, certamente entraria em parafuso! Se você é professor de adolescentes em sua igreja e uma adolescente lhe confidenciasse isso, o que faria?

O tema é atual, é abrangente, é massa, é “da hora”. Mas é muito sério, principalmente porque pode acontecer em nossas igrejas, com adolescentes que nós conhecemos, e precisamos saber como lidar com moças e rapazes desesperados e despreparados, com pais furiosos, com namorados irresponsáveis ou assustados, enfim, com ovelhas feridas.

A gravidez precoce é uma realidade cruel. Do jeito que as coisas estão, é possível que você adolescente, independente do seu sexo, tenha experimentado alguns sustos semelhantes com um namorado ou namorada. Geralmente se ouve alguém afirmar que isso jamais aconteceria com um cristão verdadeiro. Mas é mentira. Tal desastre pode acontecer com qualquer pessoa, pois enquanto estamos nesta carne, estamos sujeitos a decepções semelhantes. E pode acontecer por vários motivos: há um grande estímulo por parte da mídia em geral; hoje a atividade sexual começa cada vez mais cedo; o grau de liberdade dos adolescentes cresce de forma descontrolada; eles têm grande necessidade de afirmação, querendo provar para Deus e para o povo que já cresceram; estão na fase do otimismo irresponsável que diz: “comigo não acontece!”; são pressionados pelo grupo e pelo parceiro a cada minuto para que cedam à tentação, e alguns usam a gravidez para segurar o parceiro, sendo ela um pretexto para casar. Por isso é urgente que os líderes espirituais tenham coragem e conhecimento para abordar o tema.

Pensando nisto, para ajudar o adolescente cristão que pretende viver em santidade, é preciso estabelecer algumas verdades inegociáveis a fim de alertá-los quanto aos perigos, implicações e frustrações que a gravidez provoca, e oferecer um caminho bíblico para a felicidade. E é isso que fazemos neste artigo, no qual a expressão “adolescente” deve ser entendida não somente como falando de meninas, mas também de meninos.

O adolescente tem de levar Deus a sério. Em casos em que acontece a gravidez de uma adolescente da igreja, é comum que a vítima procure achar outros culpados, e isso a leva a acusar os pais, a igreja, o namorado, em vez de assumir que em primeiro lugar, em algum momento, ela não levou Deus tão a sério, desconsiderando o seu compromisso com Ele. Mas ela não engravidou sozinha, pois seu parceiro também revelou a falta de seriedade na vida espiritual. Brincaram com o perigo, simplesmente porque também estavam “brincando” com Deus.

É preciso, da mesma forma, levar a Palavra de Deus a sério, crendo que seus ensinos, conselhos e advertências podem livrar a alma dos laços de morte. Um exemplo disso é o fato de que a maioria dos casos de gravidez precoce entre cristãos ocorre como fruto de um “jugo desigual”. Uma vez que a palavra de Deus posiciona-se claramente contra esse tipo de relação (II Cor 6:14-18), fica claro que tal verdade foi desconsiderada pelos praticantes da fornicação. A Bíblia também nos ensina a não defraudar o irmão, ou seja, não se deve provocar desejos que não podem ser satisfeitos, dentro de uma perspectiva da santidade (I Ts 4:4-6). Caro adolescente, se você abandonar a Palavra de Deus e não der ouvidos às suas advertências, você será presa fácil do inimigo, o qual veio somente para roubar, matar e destruir (João 10:10).

Vigiar para não cair em tentação é outra necessidade urgente. A turma “teen” deve considerar os prejuízos que uma gravidez inesperada e indesejada pode trazer em diversos aspectos para sua vida. Primeiramente há o prejuízo físico. É comprovado cientificamente que as mães adolescentes têm maior mortalidade por complicações no parto devido à imaturidade biológica. A taxa de morte neo-natal ocorre três vezes mais do que em adultas, 14% dos bebês de mães adolescentes nascem prematuros, e também elas estão mais sujeitas à depressão pós-parto, a qual traz danos físicos e psicológicos pelo fato de que, na idade da vaidade, a mãe começa a perceber deformações em seu corpo, tendo sérios problemas de auto-estima. Nos rapazes, a exigência legal de que paguem pensão alimentícia causa grandes transtornos pelo fato de que, normalmente, outros terão de assumir tais despesas. Por isso devem ser vigilantes, pois se isso acontece, algumas conseqüências são irreversíveis.

Os prejuízos também ocorrem no âmbito psico-social, pois várias delas tendem a abandonar os estudos, ou a se casar sem o devido preparo, sofrendo depois pela separação que é quase certa nesses casos. Sofrem ainda a discriminação social e também familiar, uma vez que os pais são obrigados a sustentar e educar os netos por causa da imaturidade dos filhos. Quanto aos pais, que também são adolescentes, a maioria não assume o bebê nem a família, mesmo que venham a se casar.

No caso de adolescentes cristãos, há o maior de todos os prejuízos: o espiritual. Perdem a credibilidade diante dos irmãos, ficam envergonhados de pedir ajuda espiritual e, na maioria dos casos, fogem da igreja, dominados pelo sentimento de culpa pelo pecado cometido. Perdem a comunhão com o Senhor e se vêem obrigados a interromper a convivência normal com adolescentes de sua idade, além de serem taxados pelos pais destes como companhias indesejáveis.

Abram o olho, gente!!! Sejam vigilantes! Orem!!! Dediquem-se à meditação na Palavra!!! “Fica esperto”!!! Não perca sua bênção por causa da falta de santidade. Não vale a pena.

A adolescência é uma fase linda e maravilhosa, um tempo de bênção, por isso viva intensamente para a glória de Deus. E lembre-se: a melhor maneira de prevenir a gravidez na adolescência é guardar-se puro para a prática sexual somente dentro do casamento. Esta é a vontade de Deus.