A Música na Igreja (2)

Reflexões sobre o papel da música (parte 2 de 3)

A Música na Igreja (1)

“Que com grande voz diziam: Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber o poder, e riquezas, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e ações de graças.” (Apocalipse 5.12)

Introdução

O que é louvor? O que é adoração? Um é complemento do outro? Por que chamam esta área na igreja de Ministério de Louvor e Adoração?

Muitos cristãos – e a maioria dos ministros – tem certa dificuldade em dar uma definição a estes termos e aplicá-los no dia-a-dia e no ministério onde atuam. Muitos são os que confundem a definição destes termos com o ritmo musical adotado; por exemplo, acreditam que canções cuja musicalidade e ritmo mais lentos e suaves são canções de “adoração” e que as músicas mais pesadas e agitadas são as de “louvor”.

Até mesmo em lojas de artigos cristãos os CDs, DVDs e ministérios são separados desta forma, onde determinado CD é classificado como de adoração e outro é chamado de louvor. Afinal de contas, o que significa cada termo? Qual a importância de sabermos isso? Qual a relevância?

Adoração

Todos nós temos a real consciência que a adoração é um estilo de vida; nossas vidas devem ser constantes meios de adoração ao Senhor. Sabemos que não é preciso estar no ambiente de quatro paredes do templo para adorarmos o Senhor. Não é o local que nos faz adorador, mas a atitude de uma vida voltada para Deus e para constante glorificação de Seu nome.

Podemos resumir de modo muito objetivo: adoração é o que fazemos para o Senhor exatamente por quem e como Ele é.

Deus é tão esplendido e maravilhoso que é difícil (ou mesmo impossível) dar um “rótulo” a Ele. Quando adoramos o Senhor numa canção ou oração, fazemos isso para glorificá-Lo por quem Ele é, exaltando sobremaneira os Seus eternos atributos, tais como auto-existência, auto-suficiência, eternidade, imutabilidade, infinidade, onisciência, onipotência, onipresença, soberania, sabedoria, bondade, graça, misericórdia, longaminidade, santidade, justiça, fidelidade, etc.

As Escrituras nos dizem sobre a verdadeira adoração ao Senhor, que deve ser em espírito eem verdade (Jo 4.23-24); existe um número sem fim de músicas que cantam este versículo, mas qual o significado profundo desta expressão?

Uma canção com traços de adoração é aquela que atribui a Deus o valor que somente a Ele é digno de ser dado. É aquela onde expressamos nosso profundo amor a Deus com a mais sublime sinceridade e autenticidade. Apenas Deus é digno de ser adorado. Apenas Ele e mais nada nem ninguém (Lc 4.8).

Louvor

O louvor é aquilo que fazemos a alguém em honra pelos seus feitos. A Bíblia Sagrada mostra que em determinadas circunstâncias às pessoas emitem louvores umas as outras, em tom de elogio. E isso de modo algum é uma desonra ao nome do Senhor, pelo contrário, pode numa atitude dessas emitir adoração ao Senhor.

Podemos levar como exemplo Rm 13.3; 1Co 11.2; 2Co 12.11. Nestes casos estamos considerando o louvor como expressão humana de elogio.

O louvor pode ser resumido como uma homenagem prestada a alguém. Focando nosso louvor ao Senhor, observamos nas Escrituras que louvamos a Ele pelas graças recebidas, pelos Seus favores e bênçãos. A Bíblia mostra uma enorme variedade de louvores ao Senhor (Lv 7.13; Sl 40.10; Sl 104.33; Sl 150; Cl 1.3).

Uma relação perfeita

O propósito de nossas canções deve ser sempre uma pura e genuína adoração ao Pai. Os louvores entoados por nossos lábios devem conduzir nossas vidas à prostração completa do coração.

E este caminho pode ser percorrido de muitas maneiras. As Escrituras apontam o louvor e adoração através dos meios:

  • Palmas: Sl 47.1; Sl 98.8; Is 55.12
  • Levantar de mãos: Sl 63.4; Sl 77.2; 1Tm 2.8; Hb 12.12
  • Prostração: Ez 43.3; Ap 4.10; Sl 95.6

O aspecto externo deve ser organizado, bem feito e coerente, seguindo o dom de cada um, mas nunca devemos nos esquecer que o Senhor esquadrinha os corações (Rm 8.27; 1Co 2.10), e é de lá que emana o perfeito louvor e adoração.

Por fim, a frase a seguir resume de modo coeso tudo que vimos até aqui quanto a nossa postura:

A música na igreja é o preguinho na parede… este preguinho segura o ‘quadro Jesus’. O foco não é o prego, mas sim o quadro.

Que nosso ministrar seja exclusivamente para o louvor e adoração de Sua glória para que de fato Ele esteja habitando em nosso meio! (Sl 22.3).

A Música na Igreja (3)