Uma amizade eterna

Conhecer a Deus é a maior de todas as aspirações que cada ser humano carrega dentro de si. Eis o maior e melhor desejo da alma: conhecer intimamente o Criador. Não me refiro ao conhecimento frio, sombrio e calculista dos atributos de Deus, como numa pesquisa metódica sobre o Ser de Deus. A mente humana por mais capaz que seja, não consegue imaginar a essência do Criador, no Seu mais glorioso estado desde os tempos eternos. Idéias, palavras, dissertações ou descrições são pequenos retalhos humanos utilizados na tentativa de chegar ao conhecimento de Deus. Não desprezo o estudo teológico, mas meu argumento principal é este: conhecer a Deus vai muito além do mero estudo racional.

Conhecer uma pessoa só é possível através de um relacionamento. Deus é um Deus pessoal e relacional. Na sua essência Ele se relaciona trinitariamente: Pai, Filho e Espírito Santo. Na eternidade Deus já se relacionava, e cada pessoa da trindade conhece perfeitamente um ao outro. O relacionamento não pode ser descartado quando o propósito é conhecer alguém. Deus já estabeleceu assim.

Para conhecermos a Deus, precisamos ter um relacionamento vivo e dinâmico com Ele. Se não for assim, o conhecimento que surgir a respeito de Deus será totalmente desprovido de afeto e se resumirá a longos argumentos teológicos ou crendices.

E para que este relacionamento fosse possível Deus, o Pai, resolveu enviar o Filho, como forma de restaurar a comunhão que foi quebrada no Jardim do Éden, quando Adão e Eva desobedeceram a ordem expressa do Criador. É importante notar que sempre Deus toma a iniciativa. Ele está muito interessado que O conheçamos através de Cristo, que pagou o preço para restaurar o relacionamento outrora rompido. A graça e a bondade de Deus se revelam neste interesse-ação do Pai em ter Seus filhos bem perto, numa relação de amizade eterna.

Na cruz do Calvário Deus mostrou ao mundo até onde Ele pode ir para ter este relacionamento com aqueles que O temem. Ali na cruz, diante de toda humilhação e zombaria, Deus restaurou a comunhão e agora somos livres em Cristo para conhecermos a Deus intimamente a partir de uma grande amizade. Ele não mediu esforços para tornar possível esta amizade.

Cada dia me convenço mais da imensa alegria que Deus tem quando o meu objetivo é conhecê-lo através desta amizade tão especial com Ele. Este relacionamento exigiu um preço muito elevado para se tornar possível. Então não podemos negligenciar o privilégio que nos foi outorgado por meio de Jesus Cristo. Portanto, desfrute desta comunhão com o Seu Criador, conhecendo-O intimamente.

por Marcos Aurélio Melo