“Em Antioquia, os discípulos foram pela primeira vez chamados cristãos.”
(Atos 11.26b)

A origem do nome “cristão” não se deu em Jerusalém, onde o Espírito desceu sobre a Igreja, nem em Roma, onde o cristianismo ocidental estabeleceu sua sede, nem em Alexandria, centro intelectual e teológico do mundo antigo. Foi em Antioquia que os seguidores de Jesus receberam o título pelo qual seriam conhecidos através da história.

E o que esses cristãos estavam fazendo em Antioquia? Bem, o próprio capítulo 11 de Atos dos Apóstolos explica: “Os que tinham sido dispersos por causa da perseguição desencadeada com a morte de Estêvão chegaram até (…) Antioquia” (Atos, 11.19). Os cristãos chegaram até essa cidade fugindo de perseguição.

Os cristãos são reconhecidos como tais em uma situação de intolerância religiosa SOFRIDA por eles e não EXERCIDA por eles. E essa é a característica do cristão no Novo Testamento: ele é alvo da intolerância religiosa, não o propagador dela.

Isso é tão importante que Paulo diz aos tessalonicenses que ser perseguido é parte de ser um imitador a Cristo: “E vos tornastes nossos imitadores e do Senhor, recebendo a palavra com a alegria que vem do Espírito Santo, mesmo em meio a muita tribulação.” (1 Ts. 1.7). Olhando a história da chegada do evangelho em Tessalônica, aprendemos que essa tribulação nada mais foi que intolerância religiosa (At. 17.5). O cristão imita a Jesus quando se alegra com o evangelho, mesmo em face da perseguição.

Cristãos no mundo todo têm sido perseguidos e mortos todos os dias. Devemos orar por eles e denunciar essa injustiça. Contudo, não devemos ceder à tentação de sermos nós os propagadores da intolerância. Isso é o oposto do que a Igreja primitiva, os apóstolos e o próprio Cristo nos deixaram de exemplo. Isso é o contrário de ser Cristão.